Morreu na noite deste domingo (30) o intérprete Dominguinhos do Estácio, de 79 anos. Uma das vozes mais conhecidas do carnaval carioca, o cantor estava internado em um hospital de Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, desde o dia 11 de maio, quando sofreu uma hemorragia cerebral e precisou ser submetido a uma cirurgia de emergência. A notícia do falecimento foi divulgada nas redes sociais do artista.
“É com muita tristeza que viemos através dessa rede social comunicar o falecimento do nosso querido mestre, Dominguinhos do Estácio. O mesmo seguia internado desde o dia 11 de maio em decorrência de complicações em seu quadro de saúde e na noite do dia 30 o cantor e intérprete Dominguinhos do Estácio veio a óbito. Que nossa senhora de Nazaré o receba de braços abertos. Desejamos nossos pêsames a todos os amigos e familiares”, diz a nota de pesar.
Após passar por uma cirurgia de quatro horas, Dominguinhos do Estácio foi encaminhado ao CTI, onde chegou a apresentar alguma melhora no quadro. Porém, no dia 18 precisou ser sedado por causa de uma ‘mudança levemente delicada’ em seu estado. Dois dias depois foi ntubado para melhorar o seu quadro respiratório, que se mostrava fragilizado.
Cantor e compositor multicampeão por várias escolas de samba
O carioca Dominguinhos do Estácio é uma das vozes mais marcantes do carnaval carioca, ao lado de Neguinho da Beija-Flor e dos saudosos Jamelão (Mangueira) e Aroldo Melodia (União da Ilha).
Apareceu para o grande público em 1975 pela Unidos de São Carlos e teve passagens marcantes pela Imperatriz Leopoldinense, Grande Rio, Estácio de Sá e Viradouro, a última escola em que marcou presença no carro de som.
No desfile de 2020, após a comemoração pela vitória da Viradouro, Dominguinhos do Estácio sofreu um infarto ainda na Marquês de Sapucaí e foi encaminhado ao hospital Prontocor, na Tijuca, Zona Norte do Rio. Foi submetido a um implante de dois stents no coração, para restabelecimento do fluxo sanguíneo na artéria coronária.
Colecionou sambas inesquecíveis por onde passou e deixa uma legião de fãs apaixonada por seu registro vocal inconfundível.
Foi o intérprete de desfiles campeões como “O quê que a Bahia tem?” e “O teu cabelo não nega” (1980 e 1981 pela Imperatriz Leopoldinense), “Paulicéia Desvairada – 70 anos de Modernismo” (1992 pela Estácio de Sá) e “Trevas! Luz! A explosão do universo” (1997 pela Viradouro).
Mas, sem dúvidas, o campeonato mais marcante foi “Liberdade, liberdade, abra as asas sobre nós!”, pela Imperatriz Leopoldinense em 1989, com notas 10 em todos os quesitos. O samba-enredo foi parar, inclusive, na abertura da novela “Lado a Lado” (TV Globo). Relembre este desfile histórico: