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Morre André Midani, um dos maiores nomes da indústria fonográfica brasileira, aos 86 anos

Ana Alexandrino
André Midani
Ana Alexandrino

Um dos maiores nomes da indústria fonográfica brasileira, André Midani morreu na noite de quinta-feira, aos 86 anos, na Casa de Saúde São Vicente, na Gávea. O produtor foi diagnosticado com câncer há quatro meses, com informações do O Globo.

Natural de Damasco, na Síria, mas criado na França desde os 3 anos, Midani chegou ao Brasil em 1955, quando começou a trabalhar na Odeon (hoje EMI).

Contratado para lançar o selo Capitol Records no Brasil, aos poucos foi entrando em contato com artistas brasileiros e foi responsável pelo lançamento de discos fundamentais de diferentes movimentos, da bossa nova ao rock Brasil nos anos 1980.

Segundo o site O Globo, A carreira de  André Midani teve início em 1952, na gravadora Decca, na França, onde começou como apontador de estoque e se destacou numa função ainda incipiente na indústria, a de descobridor de projetos fonográficos.

No Brasil, em busca de um estilo musical fosse identificado com a juventude local, entrou em contato com Carlos Lyra, Roberto Menescal, Nara Leão, Ronaldo Bôscoli, entre outros grandes nomes da bossa nova.

Depois conheceu João Gilberto e Tom Jobim, que, na época, fazia arranjos para a Rádio Nacional.

Veja a entrevista com André Midani para o programa Voz Ativa, abaixo:

 

 

Após desligar-se da Odeon, na década de 1960, foi convidado para instalar a Capitol no México e em Los Angeles.

Em 1968, voltou ao Brasil para assumir a a presidência da Philips (hoje Universal Music), na época deficitária e com um prazo de três anos para recuperá-la.

Foi de Midani a decisão de reduzir o elenco da gravadora em mais de cem artistas, centrando em cerca de 50 nomes do estilo que viria a ser popularizado como MPB, a exemplo de Elis Regina, Caetano Veloso, Gal Costa e Gilberto Gil.

Depois, ele contratou artistas como Tim Maia, Chico Buarque, Jorge Benjor, Luiz Melodia, Jards Macalé e Raul Seixas, entre outros. 

Ao ser convidado para montar a Warner no Brasil, levou para a gravadora alguns dos astros com quem trabalhara, como Elis, Tom Jobim e Gil, além de Belchior, Paulinho da Viola, Ney Matogrosso, entre outros.

Nos anos 1980, fez da Warner uma frente do pop-rock brasileiro, lançando bandas como Kid Abelha, Titãs, Ultraje a Rigor, Ira! e Lulu Santos.

Abaixo, os diretores da série “Do vinil ao download” da Trip TV comentam a importância de André Midani para a música:

 

 

Após assumir, na década de 1990, os postos de presidente da Warner para a América Latina e da Warner Internacional, voltou definitivamente ao Brasil em 2002.

Aposentou-se em 2016, e seu último trabalho foi o disco “De bem com a vida”, de Martinho da Vila.

 

 

Midani deixa dois filhos,  Philippe e Antoine, da união com a psicanalista Vera Maria Perestrelo.

E um legado incrível de uma vida inteira dedicada à música. 

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