O Ministério Público da Bahia (MP-BA) vai apurar um possível ato de racismo religioso cometido por Claudia Leitte no último sábado (14/12), noticiou o G1. O caso ganhou repercussão nas redes sociais após o Secretário de Cultura Pedro Tourinho criticar artistas brancos que se apropriam do axé sem conhecimento da cultura negra.
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Os comentários de Pedro Tourinho aconteceram logo depois de Claudia trocar a letra da música “Caranguejo” durante um show no Candyall Guetho Square, em Salvador. Em vez de seguir a letra original, “saudando a rainha Iemanjá”, Claudia cantou “eu canto meu Rei Yeshua” (Jesus em hebraico). Ela faz isso há anos, na verdade. Claudia Leitte é evangélica desde 2012.
A mudança dos versos foi interpretada como intolerância religiosa, já que Iemanjá é uma orixá das religiões de matiz africana, como candomblé e umbanda. A Iyalorixá Jaciara Ribeiro e do Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-Brasileiras (Idafro) levaram o caso para o MP-BA, que vai investigar “responsabilidade civil diante de possível ato de racismo religioso consistente na violação de bem cultural e de direitos das comunidades religiosas de matriz africana, sem prejuízo de eventual responsabilização criminal”.
Envolvimento de Ivete Sangalo e Carlinhos Brown no caso de Claudia Leitte
A cantora Ivete Sangalo curtiu o post de Pedro Tourinho no Instagram, mas retirou a curtida quando associaram o conteúdo à Claudia Leitte. Já o cantor e produtor Carlinhos Brown saiu em defesa da colega, com quem trabalhou por anos no “The Voice Brasil”.
“O Guetho é uma casa laica. Todas as pessoas têm direito a ter suas manifestações. (…) [A atitude de Claudia] É uma coisa que eu não queria estar falando porque é polêmica, e eu tenho uma espiritualidade muito acentuada. Mas eu posso te garantir que Claudia Leitte não é uma pessoa racista”, declarou.