Pitbull, ou Mr. 305, ou Mr. Worlwide, também pode ser chamado de Sr. Farofa. Porém, justiça seja feita: ele é mestre na ciência de encontrar fórmulas para o sucesso. O cantor já emplacava hits como “Culo” e “That’s Nasty” desde seu primeiro álbum “M.I.A.M.I” (2004), emplacando de vez com as faixas “Go Girl” (do disco “The Boatlift” – 2007) e “I Know You Want Me” (do “Rebelution” – 2009). “Global Warming” é mais uma compilação de todos os elementos que fazem sucesso no momento, mas misturar tudo junto não é tão fácil quanto parece. Se música-farofa fosse tão fácil assim de se fazer, tava todo mundo fazendo sucesso, certo?
Assim como Rihanna e Britney Spears, Pitbull finalmente chegou ao seu sétimo álbum de estúdio. É um grande momento, principalmente para um artista que ainda nem fez dez anos de carreira desde que o seu primeiro álbum foi lançado. Não há nenhuma grande novidade em “Global Warming”. O conceito de festa e bebida, a exploração de colaborações e música eletrônica, a mistura de línguas e de culturas… Tudo permanece parecido com os álbuns antecessores. De certa forma, gostem ou não, Pitbull estabeleceu uma identidade fazendo o que sempre fez. A parceria com o DJ Buddha permanece firme e forte – visto que este já é o quarto álbum em que ele se faz presente –, e o conceituado DJ Afrojack também retorna depois do sucesso de sua presença no “Planet Pit” (álbum anterior do Pitbull). Aliás, das doze faixas oficiais do “Global Warming”, Afrojack está presente em quatro. Sim, num terço do álbum.
E as parceiras não param nos produtores, afinal, é de Pitbull que estamos falando! Tem J-Lo mais uma vez (tentando repetir a fórmula de “On The Floor” e “Dance Again”), Chris Brown (que, com Pitbull, até chegou a emplacar “International Love” de certa forma), Christina Aguilera, Shakira, Akon, The Wanted, TJR, Enrique Iglesias, Havana Brown, Usher, entre outros. Como em todas as parcerias, às vezes funciona e às vezes não dá certo. A nova faixa com J-Lo, por exemplo, é completamente diferente do que havia sido feito antes. Já com Akon, Pitbull fez o de sempre. No conjunto, porém, todas as faixas são extremamente parecidas e sem grande profundidade além das batidas dançantes e letras grudentas.
Faixa Salva-vidas: “Have Some Fun”
Num disco como “Global Warming” é difícil escolher uma faixa que se sobressaia, pois tudo soa extremamente semelhante. Na minha opinião, “Have Some Fun” é a música mais divertida do álbum. Há a batida do Afrojack e a parceria com os meninos do The Wanted, e esta música praticamente soa como uma sequência direta do hit deles, “Glad You Came”. Não há muito o que dizer além de que é uma ótima faixa para escutar numa festa ou balada. Grudenta, divertida e upbeat.
Faixa Afogamento: “I’m Off That”
Ironicamente, realmente não gostei de uma das outras faixas com o mesmo Afrojack (do qual sou fã, independentemente!). Trata-se de “I’m Off That”, em que o Pitbull claramente tentou explorar mais do seu lado rapper – e falhou. A música *inteira* gira em torno do conceito ‘I’m Off That’ (‘Tô Fora Disso’) / ‘I Love That’ (‘Eu Amo Isso’), em que o cantor expressa as coisas que gosta e desgosta. Ficou repetitivo, cansativo, e sinceramente chato. Essa música quebra a grande faixa que torna “Global Warming” um excelente álbum de verão.
Pitbull não pode ser considerado um grande artista de pensamentos profundos, lições de vida e formas abstratas de expressão, mas é impossível ignorar a sua sensibilidade para músicas que se tornam sucessos, letras que criam modas, e parcerias que geralmente dão certo. “Global Warming” é uma excelente sequência para o resto do catálogo de lançamentos do cantor, que não tem motivo para lançar faixas ou discos que não sejam extremamente divertidos.
“Global Warming”, do Pitbull, é minha praia.
