O publicitário carioca Ruan Oliveira, de 28 anos, atua com conteúdo, branding e direção de arte. Com experiência na indústria fonográfica, trabalhando com festivais como Rock in Rio e, mais recentemente, com o Lollapalooza Brasil, Ruan conversa com o POPline.Biz é Mundo da Música sobre performance, insights e inteligência artificial no mercado criativo.
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O publicitário carioca que trabalhou no Lollapalooza deste ano se apresenta como um profissional “híbrido”, por unir expertises para posicionamento estratégico no cotidiano. Para ele, o mercado exige inovação dos processos criativos, além de ferramentas de contagem de números e retrato de performance de conteúdos.
“Há muita gente no mercado vendendo uma estrutura de produção de conteúdo, mas a grande maioria não pensa em posicionamento”, declara Ruan Oliveira.
Com a criação de ferramentas de inteligência artificial, principalmente aquelas capazes de gerar textos, vídeos e sons, Ruan analisa que o mercado brasileiro precisa desenvolver equilíbrio entre a criação e a performance digital.
“O mercado repete as mesmas fórmulas e caminhos. O resultado disso são conteúdos pasteurizados e sem personalidade alguma. Os números são importantes comercialmente e não devem ser deixados de lado, afinal é isso que movimenta dinheiro, mas é preciso fazer um malabarismo e equilibrar outros fatores junto à performance”, declara Ruan Oliveira.
Neste ano, Ruan assumiu pela pela primeira vez a coordenação de pauta e conteúdo do Lollapalooza Brasil, ao lado de parte do mesmo time de Rock in Rio e The Town, com quem trabalha há alguns anos. O publicitário explica que ferramentas de insight permitem executar processos de maneira inovadora.
“Nós detectamos oportunidade e possíveis cenários para diálogo com o público durante a cobertura do evento, através de uma abordagem ágil, adaptando com fluidez aos canais de comunicação. Assim, possibilitamos uma conexão mais profunda entre as marcas, seus objetivos e o público-alvo, em tempo real”, detalha Ruan Oliveira.
Sobre a inteligência artificial, Ruan Oliveira argumenta que as ferramentas podem se integrar na atividade de profissionais, inclusive nas áreas de design e conteúdo.
“Acho que a inteligência artificial deve comer uma boa fatia do mercado e no meu caso especificamente ela poderia comer até duas: a de conteúdo e a de design. O mercado já dispensa designers para criação de site, logomarca, peças de rede social, já que existem ferramentas que desempenham isso em fração de segundos e gratuitamente. […]”, afirma Ruan Oliveira.
No caso do mercado musical, ferramentas como Udio, de antigos funcionários do Google, MusicFX, do Google, e do Suno, chatbot da Microsoft disputam a atenção de artistas e desafiam as leis de direitos autorais de todo o mundo.
Segundo a projeção do banco de investimentos Goldman Sachs, 2024 deve ser um ano dos primeiros resultados orçamentários do uso de inteligência artificial na indústria fonográfica.
“Eu entendo meu trabalho como algo minucioso e sofisticado, e os resultados são pensados e refletidos para além de números de likes e compartilhamento, enquanto a grande maioria visa só essa performance. Inclusive, vejo a inteligência artificial como aliada, já há algum tempo me ajuda muito em insights criativos e até no operacional, como por exemplo, legendas de conteúdos”, diz Ruan Oliveira POPline.Biz.