O mercado de música gravada do Reino Unido registrou 179,6 bilhões de streams de áudio em 2023, de acordo com os dados divulgados pela BPI (British Phonographic Industry) na quarta-feira (3).
Isso aponta um aumento de aproximadamente 12,8% em relação ao ano anterior, que houve 159,3 mil milhões de streams de áudio no Reino Unido em 2022.
O Music Business Worldwide analisa que o aumento anual de 12,8% no volume de streaming de áudio no Reino Unido aponta para notícias positivas, porque é um crescimento percentual em um ano maior no total de streams de áudio do que o território britânico viu em 2022 (+12,1%) e 2021 (+7,9%). No entanto, está um pouco longe dos números de 2020 (+25,1%) e 2019 (+23,3%).
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As vendas físicas
O relatório do BPI mostra que as vendas de vinil no Reino Unido aumentaram 11,8% em termos homólogos em 2023. No ano passado foram 6,1 milhões em vendagem, já em 2022 alcançou 5,5 milhões.
As vendas de CDs caíram 6,9% em relação ao ano anterior no Reino Unido. Em 2023 alcançou o marco de 10,8 milhões, já em 2022 atingiu 11,6 milhões.
O BPI calcula o desempenho anual do mercado do Reino Unido em termos de ‘Vendas Equivalentes de Álbum’, ou seja, uma métrica pela qual todo o consumo de música, seja streaming ou vendas físicas/digitais, é formulado em ‘vendas de álbuns’, como explica o MBW.
Ou seja, de acordo com o cálculo do BPI, os streams de vídeo e áudio premium são divididos por mil para constituir a ‘venda de um álbum’. Já os streams de vídeo e áudio suportados por anúncios são divididos por 6 mil para ser equivalente a ‘venda de um álbum’, ainda segundo a explicação do MBW.
De acordo com essa fórmula, que rastreia aproximadamente a equivalência de receitas, o streaming representou 87,7% do mercado de música gravada do Reino Unido em 2023.
BRIT Billion Award
Em 2023, o BPI lançou o BRIT Billion Award, reconhecendo artistas que conquistaram mais de um bilhão de streams no Reino Unido.
“Com um número significativo de artistas ultrapassando o limite de um bilhão, o sucesso no streaming é agora medido em dezenas e centenas de milhões por ano, se não mais, e milhares estão alcançando este nível de sucesso e as recompensas e a progressão na carreira que acompanham isso”, destaca o BPI.
De acordo com BPI, 2.519 faixas acumularam pelo menos 10 milhões de streams de áudio e vídeo no Reino Unido em 2023, em comparação com 1.136 em 2018.
Apesar do domínio do streaming no mercado, o BPI mostra no relatório que as vendas físicas se mantiveram fortes no Reino Unido em 2023. Cerca de 86% dos álbuns que estrearam em primeiro lugar tiveram mais da metade de suas vendas em formatos físicos.
Segundo o BPI, ‘Flowers’, de Miley Cyrus, foi o maior sucesso do ano no Reino Unido, com 198 milhões de streams. A música faz parte do álbum ‘Endless Summer Vacation’ da artista.
Ainda segundo o relatório, ‘The Highlights’, de The Weeknd, foi o maior álbum do ano no Reino Unido (contando vendas e streams), seguido por ‘Midnights’ e ‘1989 (Taylor’s Version)’, de Taylor Swift.
Em um marco histórico, as mulheres passaram um recorde de 31 semanas em primeiro lugar na parada oficial de singles, como ‘Flowers’, de Miley Cyrus, que se manteve por 10 semanas. Sete das 10 melhores músicas do ano foram de artistas, incluindo Dua Lipa, Ellie Goulding, Kenya Grace e RAYE.
Treze das 20 melhores faixas foram escritas por mulheres, como Dua Lipa, Ella Henderson, PinkPantheress e Venbee se juntando a artistas internacionais como SZA, Bebe Rexha e Olivia Rodrigo.
As mulheres no topo das paradas musicais
Quase metade (48,5%) das faixas que alcançaram o Top 10 da parada semanal de singles foram escritas por mulheres, o que indica a maior participação anual neste século.
“Há uma gama mais diversificada de artistas que alcançam grande sucesso com o apoio de suas gravadoras. As mulheres passaram mais semanas em primeiro lugar na parada oficial de singles do que em qualquer ano anterior. Sete das dez maiores faixas eram de mulheres. Isto deve ser celebrado, mas sem complacência, e o nosso trabalho na indústria musical continua a garantir que isto se torne a norma”, pontua Jo Twist OBE, CEO do BPI.