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Mercado de música ao vivo pode perder US$ 5 bilhões por conta do coronavírus


O mundo da música está assustado – como qualquer pessoa, por conta da propagação do coronavírus, mas também pela perda financeira que isso pode acarretar. Analistas buscados pela Forbes afirmam que o mercado de música ao vivo – que engloba turnês e festivais – pode ter uma perda de US$ 5 bilhões neste ano. Vários eventos estão sendo cancelados.

Nesta semana, o festival Coachella, um dos maiores do mundo, foi empurrado de abril para outubro – sob o risco de ser cancelado definitivamente em 2020. Para artistas pequenos, que dependem da visibilidade do evento para emplacar lançamentos, o adiamento de seis meses esculhamba o cronograma. “Tudo está caótico. Não acho que tem como as pessoas segurarem suas agendas de lançamentos, por causa dos prazos”, diz Laura Jane Grace, da banda Against Me!. Anitta, por exemplo, está reformulando todo seu cronograma internacional de 2020, que era focado no pontapé inicial dado no Coachella.

Outros festivais, como SXSW, Tomorrowland e Ultra Music, também foram suspensos neste ano. O Lollapalooza está perigando. Em todo o mundo, a lista de artistas que já cancelou shows por conta do alto risco de contaminação do vírus em grandes aglomerações inclui Madonna, Green Day, BTS, Avril Lavigne, Queen, Pearl Jam e Miley Cyrus, entre tantos. Na Ásia, artistas estão até fazendo “shows online”, em que o público pode assistir em suas próprias casas.

Madonna antecipou fim da turnê na França (Foto: Instagram)

“Estamos nos preparando para tudo, embora esperemos que isso poderá ser contido no verão, se empresas suficientes levarem a sério as táticas de mitigação. Existe uma responsabilidade social em tentar fazer o possível para proteger os vulneráveis, mas sem dúvida esse é um risco enorme para os negócios de artistas e produtores independentes”, Zena White, diretora administrativa da gravadora independente Partisan, diz à revista Rolling Stone.

Produtoras pequenas podem perder muito dinheiro com a realização ou não dos eventos. Além dos estornos dos ingressos, há o medo latente do público. O empresário Howard King disse à Rolling Stone que os gastos decorrentes do coronavírus podem deixar algumas empresas fora do mercado. Um agente, que quis se manter anônimo, admitiu que não há muito o que fazer no momento. “As pessoas sabem os riscos que estão enfrentando ao entrar em um lugar de show. A melhor maneira de evitar ficar doente é lavar as mãos corretamente e evitar contato direto”, diz.