Mc Carol segue quebrando paradigmas e conquistou os internautas ao estampar a capa da versão digital da revista Elle, a #ElleView. Ao comemorar a capa em suas redes sociais, a funkeira fez uma reflexão sobre os padrões de beleza e a mudança que vem acontecendo na moda em questões ligadas a representatividade.
“Ser capa de uma revista de moda é algo que muitas meninas sonham na vida! Mas quando você é preta, gorda e periférica você acha que isso nunca vai acontecer porque você só vê mulheres brancas, magras e de cabelo liso estampando essas revistas, fazendo sucesso na TV.”, escreveu a MC.
Carol acredita que a moda tem que enfrentar algumas mudanças na maneira como lida com seus padrões e corpos. “A moda precisa ser inclusiva com todos os tipos de pessoas e corpos! Acabou a era de ditarem padrões inalcançáveis de beleza e de fazer a gente não se sentir bem com quem nós somos”, refletiu.
O lançamento da revista ocorre quase que simultaneamente a chegada do novo single de Carol, “Levanta Mina” (feat. DJ Thai). Em seu depoimento, ela revela que começou a escrever a música há cinco anos e terminou apenas no ano passado.
“Eu fiz “Levanta Mina” pra mim e não apenas para inspirar outras mulheres. É uma música pra me ajudar nos dias difíceis porque, por mais que eu me ame, não há autoestima que aguente você não encontrar uma base no seu tom de pele, uma roupa do seu tamanho numa loja, não se ver na TV e revistas, entre outras coisas no dia a dia que te excluem direta ou indiretamente”, revelou a funkeira em outra publicação.
Entrevista
Para a revista, MC Carol revelou momentos delicados da infância. Ela garante que foi na escola onde ela mais sofreu preconceito.
A escola é muito dura pra uma criança preta e pra uma criança gorda, sabe? Quando as pessoas perguntam: “Carol, qual foi o momento em que você mais sofreu?” Sempre digo que foi na escola. Quando você é uma criança, você não entende por que é excluída. Quando te explicam os motivos que fazem você ser excluída, maltratada, apelidada, mesmo sendo uma criança legal e carinhosa, quando você entende que é por causa da sua cor, do seu corpo, você fica sem chão, sem entender.
Em outro momento, a artista falou sobre a importância do funk em sua trajetória e como o gênero musical salvou a sua vida. Ela explicou a ELLE que após a morte de seu avô, por quem era adotada, foi expulsa de casa e não recebeu oportunidades até que encontrou a música.
Todo mundo falava que eu não ia durar muito. Pessoas da minha família falavam que eu não ia passar dos 15. Eu não tinha objetivo nenhum. O funk entrou na minha vida do nada, cara. O sucesso veio muito rápido. Com 15 anos a parada viralizou, com 16, eu estava pegando estrada.
Apesar do encontro profissional, ela revelou que enfrentou desafios no começo, já que toda sua equipe era formada por homens mais velhos. “Eu persisti com aquela parada porque é uma coisa que eu amo. Eu acredito que o funk salvou minha vida”.
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