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Maria Bethânia

Maria Bethânia completa 73 anos e anuncia lançamento de dois álbuns ainda em 2019!

Maria Bethânia completou 73 anos nesta última terça-feira, (18), e em clima de total renovação anunciou que está preparando o lançamento de dois álbuns ainda em 2019! Sem lançar um álbum de inéditas desde “Meus Quintais”, em 2014, um dos trabalhos homenageará a escola de samba Mangueira e outro ainda não foi gravado, mas de acordo com as informações do site “G1”, terá o repertório primeiramente apresentado no palco em show, “Claros Breus”, que estreia em julho na cidade do Rio de Janeiro (RJ), com direção e cenário de Bia Lessa e que parte em sequência em turnê por Brasil e Portugal.

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[268] 15-10-1929 No tempo em que festejavam o dia dos meus anos, Eu era feliz e ninguém estava morto. Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos, E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião [qualquer. No tempo em que festejavam o dia dos meus anos, Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma, De ser inteligente para entre a família, E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim. Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperanças. Quando vim a olhar para a vida, perdera o sentido da vida. Sim, o que fui de suposto a mim mesmo, O que fui de coração e parentesco, O que fui de serões de meia-província, O que fui de amarem-me e eu ser menino, O que fui, ai, meu Deus!, o que só hoje sei que fui… A que distância!… (Nem o acho…) O tempo em que festejavam o dia dos meus anos! O que eu sou hoje é como a umidade no corredor do fim da casa, Pondo grelado nas paredes… O que eu sou hoje (e a casa dos que me amaram treme através [das minhas lágrimas), O que eu sou hoje é terem vendido a casa, É terem morrido todos, É estar eu sobrevivente a mim mesmo como um fósforo frio… No tempo em que festejavam o dia dos meus anos… Que meu amor, como uma pessoa, esse tempo! Desejo físico da alma de se encontrar ali outra vez, Por uma viagem metafísica e carnal, Com uma dualidade de eu para mim… Comer o passado como pão de fome, sem tempo de manteiga [nos dentes! Vejo tudo outra vez com uma nitidez que me cega para o que [há aqui… A mesa posta com mais lugares, com melhores desenhos na [louça, com mais copos, O aparador com muitas coisas — doces, frutas, o resto na sombra [debaixo do alçado —, As tias velhas, os primos diferentes, e tudo era por minha causa, No tempo em que festejavam o dia dos meus anos… Para, meu coração! Não penses! Deixa o pensar na cabeça! Ó meu Deus, meu Deus, meu Deus! Hoje já não faço anos. Duro. Somam-se-me dias. Serei velho quando o for. Mais nada. Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira! O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!

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A cantora apresentará músicas inéditas de Adriana Calcanhotto, Chico César, Flavia Wenceslau e Roque Ferreira – antes de gravá-las em novo material. O repertório inclui também música de Chico Buarque, já conhecida, mas inédita na voz de Bethânia.

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