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Manu Gavassi amadurece e se delicia com “Fruto Proibido” em homenagem à Rita Lee

Especial irá ao ar na MTV nesta quinta-feira (2), às 20h20. Foto: Cleiby Trevisan

“Nunca gostei dos Mutantes sem a Rita Lee – é o que canta Manu Gavassi em um dos versos de “Bossa Nossa”, uma das canções mais “deliciosamente debochadas” de sua discografia, como ela mesma diz. Também pudera, quem acompanha a carreira da artista de 30 anos sabe que Rita é uma de suas maiores paixões. E é por isso que, mesmo achando uma “audácia” regravar um clássico como o disco “Fruto Proibido” (1975), ela se despiu de todos os seus medos e inseguranças e agarrou a oportunidade de homenagear sua maior referência musical no especial “Acústico MTV: Manu Gavassi Canta Fruto Proibido”, que estreia nesta quinta-feira (2).

Foto: Divulgação

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Não é só em “Bossa Nossa” que Manu menciona o nome de uma das mulheres mais emblemáticas da história da música brasileira. O feito se repete em “Deve ser horrível dormir sem mim”, um dos maiores sucessos da carreira de Manu. “Mistura de Rita com Amélie / Quando acha que entendeu, eu nem tô mais aqui”, traz a letra da música.

Ao longo de sua carreira, que teve início em 2010 impulsionada pela revista CAPRICHO, a cantora coleciona uma série de homenagens e gestos de carinho e admiração à Rita Lee, desde citações em músicas a declarações nas redes sociais. Para Manu, a intérprete do hino atemporal “Erva venenosa” (2000) é uma artista à frente de seu tempo e que inspira gerações.

“O ‘Fruto Proibido’ é um disco que fala, acima de tudo, sobre liberdade feminina. Ela [Rita] era uma mulher nos anos 70 compondo. Ela era a própria contadora de histórias, dona da própria narrativa. Eu sempre achei tudo isso muito poderoso”, conta Manu, resgatando o fato de que, à época, o comum era ver mulheres interpretando canções escritas por homens. Rita vinha na contramão.

Foto: Cleiby Trevisan

O que Manu também coleciona é uma porção de memórias afetivas de momentos em que a voz de “Ovelha negra” (1975) marcou sua vida. A primeira delas é a de ouvir o “Acústico MTV: Rita Lee”, lançado em 1998, em trajetos de carro que fazia com os pais. Mais velha, ela lembra de ter ficado ainda mais fascinada pela artista ao ler sua autobiografia, que chegou às prateleiras em 2016.

“Ali [durante a leitura do livro de memórias] tive muita clareza do que ela é. Vi o quão autocrítica ela é. Me vi em diversos momentos. Pensava ‘meu Deus, quanta história existe aqui!’. Ela entendia desde sempre o pacote além da voz, da performance. Pensava ‘como que essa mulher faz um show desses nos anos 80?!'”, fala a cantora, rasgando a ex-Mutantes de elogios e enfatizando que “A gente só tem uma Rita Lee”.

Manu relata que, para se lançar na homenagem que sempre quis fazer no lugar certo e na hora certa, que ela acredita que seja o agora, nesse projeto, foi necessário criar uma ‘fortaleza’ de segurança para saber que podia ‘pisar ali’. “Tive essa coragem a partir de trocas com a própria Rita. Eu ficava paranoica de que soasse como uma aproximação oportunista. Quis, antes, que ela tivesse a certeza de que eu a amava e respeitava muito antes de fazer essa homenagem”, conta a voz de “Planos Impossíveis”.

Dentre essas trocas que as duas tiveram, Gavassi conta que ficou em êxtase ao sair do BBB, em 2020, e logo de imediato se deparar com um áudio da intérprete de “Lança perfume” (1980). Ela compartilha, ainda, que a artista foi uma das primeiras a escutar o álbum “GRACINHA” (2021).

Para Manu, regravar o clássico de Rita Lee foi um dos maiores desafios de sua carreira

Foto: Cleiby Trevisan

A estrela do mais novo “Acústico MTV” revela que foi uma correria a criação do show. Tudo o que ela tinha era um mês, incluindo os ensaios até a gravação. Apesar do tempo curto ter sido desafiador, ela revela que uma das maiores questões era uma insegurança que ainda nutria, e a necessidade de se provar como artista. “Até que me disseram ‘Ninguém entrega nas mãos de um artista que precisa se provar um Acústico MTV, você já se provou’. E eu disse ‘faz sentido'”, expôs Gavassi.

“Eu achei todo esse processo muito desafiador para mim. Não mudei o tom original das músicas. Sabia que era uma coisa mais rock n’ roll, com agudos, gritos. Então exigiu que eu me desafiasse vocalmente. Nesse aspecto, eu estava numa zona de conforto há muitos anos. Tanto que fiz aulas de canto pra tomar coragem, incorporar atitude, não ter medo de cantar. Até minha professora de canto, que é a mesma há 13 anos, vibrou e falou ‘Finalmente você voltou!'”, diz Manu, que faz a reflexão de que cresceu como artista nesse projeto.

Outra preocupação da cantora em meio ao processo todo era o de “não parecer um cosplay de Rita”. Ela conta que foi imprescindível fazer a homenagem de maneira a imprimir sua identidade e costurar suas referências.

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Mas, por que o “Fruto Proibido”?

Foto: Cleiby Trevisan

A voz de “Vício” garante que não foi ela quem escolheu o disco, e sim que ele a escolheu, uma vez que a narrativa do projeto tem muito a ver com o que ela está vivendo agora. “O disco fala sobre o quão agridoce é ser uma jovem mulher. E é muito doido pensar que a Rita lançou ele mais ou menos com a mesma idade que tenho hoje, e que agora o regravei quase 50 anos após o lançamento”, observa Manu.

A artista revela que nunca teria coragem de regravar um outro clássico que não fosse o “Fruto Proibido”, já que tinha que ser ele. Ela também resgata que é um álbum muito emblemático, uma vez que marca a emancipação de Rita pós-Mutantes.

Menos controle, mais diversão

Foto: Cleiby Trevisan

Apesar de ter feito questão de se envolver em todos os detalhes do processo criativo do especial, do figurino ao repertório, Manu garante que esse foi um dos projetos em que mais se divertiu fazendo.

“Durante a terceira, quarta música eu olhei para o alto e pensei ‘caramba, eu tô me divertindo!’. Eu sou extremamente controladora, então foi muito gostoso ter sido dessa forma. Esse show me trouxe uma leveza, uma segurança. Trabalho com arte, então preciso me divertir, senão tô fazendo algo errado”, pondera a cantora.

Para a intérprete de “Garoto Errado”, essa homenagem à Rita Lee é um dos projetos que a coloca no lugar da artista que ela quer ser. Ela, inclusive, afirma que, com todo respeito à sua carreira e trajetória, é uma “artista em construção”.

“Lembro que eu me desenhava em cima de um palco vestindo corset e calça ‘boca de sino’, e com um cabelão longo. E foi no meio da música com a Liniker que pensei ‘eu tô igual ao que eu me desenhava quando criança quando perguntavam o que eu queria ser quando crescesse’. Me sinto honrando e orgulhando minha criança interior”, diz uma Manu Gavassi realizada.

Mais detalhes do “Acústico MTV”

Foto: Cleiby Trevisan

No repertório, além de sucessos do disco de Rita Lee como “Ovelha negra” e a própria “Fruto Proibido”, Manu lança mão de canções de sua própria discografia que conversem com o projeto, a exemplo de “GRACINHA”. Ela define essa música, inclusive, como a “mais linda” de sua carreira.

O show conta com participações mais que especiais – as quais Manu se refere como “artistas com ‘A’ maiúsculo”. Abrilhantam o especial Liniker, Lucas Silveira e Tim Bernardes. Um outro detalhe interessante é que a banda é toda formada por mulheres: Alana Ananias (baterista), Ana Karina Sebastio (contrabaixista), Juliana Vieira (violinista), Luana Jones (backing vocal), Mari Jacintho (tecladista), Michelle Abu (percussionista), Monica Agena (violinista) e Paola Evangelista Lucio (backing vocal).

Shows pelo Brasil inspirados no projeto

Foto: Cleiby Trevisan

Sim, vão acontecer! No entanto, a cantora ainda não tem muito o que revelar: “Não faço ideia, nem comecei a ensaiar ainda. Mas o que posso dizer é que terão a mesma energia, vão ser shows muito pra cima”, contou.

Programação de lançamento – “Acústico MTV: Manu Gavassi Canta Fruto Proibido”

02/02 (quinta-feira) – 00h: Show disponível no Paramount+
02/02 (quinta-feira) – 20h: “Aquecimento Acústico MTV: Manu Gavassi Canta Fruto Proibido”, com entrevistas pelo red carpet do evento, na MTV e Pluto TV
02/02 (quinta-feira) – 20h20: Exibição do show na MTV
03/02 (sexta-feira) – 00h: Álbum do show disponível nas plataformas digitais

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