Majur está na capa da revista Harper’s Bazaar Brasil. Ela aparece belíssima em um ensaio fotográfico inédito todo em tons de azul. Na publicação, foi feita uma exaltação da cantora como representante da força em ser uma mulher trans preta no mundo da música.
Divulgando seu mais recente álbum “Ojunifé”, Majur conta que quando saiu de Salvador para desbravar o mundo, tinha muita garra para conquistar seus sonhos.
“Essa fome me fez chegar até aqui, querer uma sociedade igualitária porque vim da pobreza e de um lugar de invisibilidade”, disse ela.
A cantora está muito orgulhosa de seu novo trabalho e explica todas as referências. “Soteropolitano, baiano de axé e de espiritualidade com o pop, que é o novo, é o revolucionário, transformador e dançante, cheio de efeitos tecnológicos e alternativos”, explica. “Toda vez que vamos falar sobre cultura preta, a gente não dá a devida importância à riqueza dos detalhes, que resgatei“, completa.
Representatividade e luta
Ciente que o Brasil ainda é muito preconceituoso com pessoas trans, sendo o país que mais mata pessoas LGBTQIA+ e mulheres transgênero no mundo, ela sabe de sua luta como representante de classe. Sua força está na voz, por meio de suas músicas.
“Poucos sabem sobre a vida trans. Agora, a gente está falando muito mais para que outras pessoas comecem a descobrir”, pontua. “Sou uma mulher trans, com perspectiva de viver até os 33 anos. Tenho 25 e luto diariamente para que essa estatística não chegue”, repudia.
“Sem respeito, a gente discrimina, pratica racismo”, acrescenta.