Houve uma época que em cantoras famosas sempre eram perguntadas em entrevistas: “você aceitaria um filho gay?”. Claudia Leitte, Ivete Sangalo, Wanessa Camargo, Sandy, Joelma, todas responderam essa pergunta em algum momento de suas carreiras. Qualquer que fosse a resposta gerava burburinho com o público.
Passados alguns anos, a questão saiu da pauta de repórteres sensacionalistas. A diversidade sexual está mais naturalizada para a grande massa, e ser LGBTQIA+ não é mais encarado como algo polêmico. Neste aspecto, algumas artistas foram fundamentais para a evolução do tratamento do tema, abrindo suas vidas sem tabus.
Barbra Streisand, por exemplo, sempre foi muito aberta sobre seu filho único, o ator Jason Gould, ser gay. Eles chegaram a gravar um dueto juntos (veja abaixo). Ainda em 1999, ela deu uma entrevista para a revista The Advocate e falou:
“Eu nunca desejaria que meu filho fosse nada diferente do que é. Ele é brilhante, gentil, sensível, cuidadoso, muito consciente e uma pessoa boa. Ele é um ator e cineasta muito talentoso. O que mais uma mãe poderia pedir de um filho? Eu fui verdadeiramente abençoada”
Gretchen é exemplo no Brasil
No Brasil, Gretchen já brigou até com políticos para defender seu filho Thammy. O público assistiu de perto toda a transformação de Thammy, sempre com apoio da mãe. Em 2006, Thammy disse ser lésbica e, em 2015, entendeu que na verdade era um homem trans. “Quando você se lembra que é o bebê que você gerou, que você ama, não importa o sexo que ele tenha. Se ele tiver saúde e for do bem, um homem bem resolvido…”, ela disse certa vez no “Altas Horas”.
Considerada a rainha da Internet e também queridinha do público LGBTQIA+, Gretchen faz questão de advogar a favor do filho, que sofre muitos ataques nas redes sociais. “Não permitam que façam bullying com seus filhos. Proteja seu bebê porque eles são joias. Mãe de verdade não está preocupada com qual sexo seu filho tem, mas quer saber se ele está bem de saúde, feliz, alimentado, se ninguém fez mal a ele e se corre algum risco”, falou.
Cher também tem filho trans
Fora do Brasil, Cher também é mãe orgulhosa de seu filho trans. A cantora é mãe de Chaz Bono, que falou pela primeira vez sobre sua identidade de gênero aos 18 anos. Ele passou pela cirurgia de redesignação de gênero em 2009. Hoje está com 51 anos. “Eu o apoiei ao longo dos anos, mas admito que foi difícil no início”, Cher já falou.
“Quando descobri que Chaz estava fazendo a transição, nós conversamos muito, na verdade. Mas depois Chaz parou de mencionar, e eu meio que esqueci. Uma vez eu pensei ‘meu Deus, se eu acordasse como homem amanhã, arrancaria meus olhos’. E, se é isso que você sente, deve ser tão doloroso que não faz diferença o que os outros sentem ou pensam sobre você”.
Depois da filha, Sharon Osbourne disse ser bissexual
Abraçar a filha Kelly fez Sharon Osbourne repensar a própria sexualidade. Kelly não se rotula – diz que “é aberta a amar qualquer pessoa” – e Sharon sempre a apoiou. Em 2016, a esposa de Ozzy Osbourne falou ao programa “The Talk” que se arrepende de não ter vivido nada com outra mulher: “eu realmente sinto que todo mundo em algum momento de sua vida se pergunta como seria ter um relacionamento sexual com alguém do mesmo sexo. Eu me pergunto. Acho que as pessoas que dizem que não estão mentindo”.
O discurso é simular ao da filha Kelly. “Todo mundo é gay. É uma coisa estritamente humana. Você não pode colocar um gênero no amor. Não é como seu estivesse tentando ser progressista. É só que sexualidade né uma palavra que tento não definir da maneira que o mundo define”, explica.
Mary Griffith abraçou a causa LGBTQIA+ após perder o filho
Outra mãe icônica no ativismo LGBTQIA+ foi a americana Mary Griffith. Ela abraçou a causa e passou a defender direitos civis da comunidade depois que seu filho gay se suicidou aos 20 anos por causa da pressão para “deixar de ser homossexual”. Mary usava a Bíblia para respaldar sua intolerância e homofobia. O filho não suportou.
A história virou livro e um telefilme intitulado “Rezando Por Bobby” (trecho abaixo), com Sigourney Weaver no papel da mãe. Na vida real, Mary entendeu que não precisava escolher entre sua fé e o amor pelo filho. Por isso, dedicou sua vida a outros jovens LGBTQIA+ que sofriam discriminação, inclusive dentro de casa.
“A morte dele mudou minha maneira de ver o mundo. Primeiro eu procurei na Bíblia por explicações. Queria saber porque Deus não havia curado meu filho. Depois entendi que Bobby não foi curado porque não havia nada errado com ele. Eu estava mergulhada em uma fé cega. Confiem em seus filhos e escutem o que eles têm a dizer. Por mais que você não esteja preparado para essa situação, diga: ‘eu não entendo, mas com a ajuda de Deus eu estou aqui para ajudar você'”.
Público LGBTQIA+ ganha série de ações do Hipermercado BIG
Para comemorar o Dia do Orgulho LGBTQIA+, no domingo (28/6), o Hipermercado BIG prepara uma série de ações para valorizar a diversidade. A iniciativa é fruto de uma parceria com a ONG Mães da Diversidade, que reúne mães e pais de pessoas LGBTQIA+ desde 2014 no combate à homotransfobia e na luta pelos direitos civis de seus filhos. O Hipermercado BIG doará e dará apoio a um movimento admirável que trabalha para garantir pressão popular em assembleias legislativas e em órgãos internacionais de direitos humanos.
Além disso, uma live com colaboradores e representantes da Mães Pela Diversidade será realizada para falar sobre o propósito e sobre as famílias ajudadas pela organização. Histórias de vida, dúvidas, conflitos, processos de aceitação e desafios serão abordados nesta live. Quem não conseguir assistir ao vivo poderá ver depois, no perfil @hipermercadobig no Instagram. O público também poderá doar para a ONG por um QR Code na tela.
Vídeos com algumas das mães que participam da ONG também farão parte dessa série de ações. Elas tratarão de diversos tópicos relativos à maternidade de filhos LGBTQIA+: “sair do armário”, educação e como ajudar os filhos a serem felizes, por exemplo. Os filhos ganharão ainda uma surpresa, uma ação especial. Vale a pena ficar de olho nas redes do @hipermercadobig durante o fim de semana.
Para terminar, o cantor, ator e apresentador gay Tiago Abravanel participará de uma live com sua mãe Cíntia Abravanel para levar informação ao público de forma divertida. A mediação ficará a cargo da ONG Mães Pela Diversidade. O bate-papo está marcado para domingo (28/6), às 15 horas.
Ser Mãe Pela Diversidade é uma atitude BIG.