Na última terça-feira (8), uma ação policial que aconteceu no Complexo do Lins, na Zona Norte do Rio de Janeiro, terminou com a morte de Kathleen Romeu, de apenas 24 anos e que estava grávida de quatro meses do seu primeiro filho. De acordo com Jaqueline de Oliveira Lopes, mãe da vítima, o disparo veio da polícia. O assunto está tomando conta das redes sociais.
“Se a minha filha fosse morta por bandido eu não falaria nada com vocês porque eu sei que eu moro em um lugar que eu não poderia falar. Então ficaria na minha. Mas não foi. Foi a polícia que matou a minha filha. Foi a PM que tirou a minha vida, o meu sonho“, disse Jaqueline durante seu depoimento à imprensa.
Jaqueline também fez questão de dizer que sua filha não era “bandida”, como muitas pessoas costumam falar sobre moradores de zonas periféricas que morrem durante confrontos policiais.
“Eu não sei porque minha filha morreu, mas se tem que ficar alguma lição, que fique. Porque não tem que matar mais filho de ninguém. Mate bandido. A Polícia treina pra isso. A gente paga imposto pra Polícia treinar. Quem dá tiro a esmo é bandido. Policial dá tiro com mira. Eles têm que treinar e têm que respeitar a gente”, concluiu Jaqueline.
Em um vídeo que está viralizando nas redes sociais, a mãe de Kathleen faz um apelo: “parem de matar a gente”. Veja:
“Essa historinha que é contada ha anos que a polícia foi recebida a tiro, quem foi recebida a tiro foi a minha filha!”
“Se fosse bandido eu também falaria, eu não passo pano pra ninguém não!”
“Parem de matar a gente!”
– Jackeline, mãe da Kathlen Romeu assassinada ontem no Lins pic.twitter.com/Wn2iqKM1dc
— Joel Luiz Costa (@joelluiz_adv) June 9, 2021
Morte de Kathleen repercute nas redes sociais
Infelizmente, Kathleen entra para as estatísticas e aumenta o índice de jovens negros mortos em confrontos nas comunidades. Por conta disso, mais uma vez as pessoas usaram as redes sociais para reclamar dessa situação que parece nunca ter fim. Muitas pessoas se solidarizaram, incluindo alguns famosos. Até mesmo marcas, como é o caso da Farm, entraram (ou tentaram entrar) nessa corrente solidária.
Kathleen Romeu era vendedora da loja e por isso a marca resolveu “ajudar” a família da vítima. Contudo, a maneira que eles encontraram para fazer isso não agradou. Ao criar um cupom de desconto com o nome de Kathleen, a ideia da empresa era repassar a comissão das compras feitas com esse cupom para a família da jovem.
O problema é que marca foi acusada de tentar lucrar em cima da morte dela. Afinal será que não havia outras formas de ajudar? Com isso, o nome da Farm foi parar entre os assuntos mais comentados do Twitter – e com grande repercussão negativa.
comprar em loja é o caralho, é maneiro entrar no site de uma loja caríssima e escolher uma peça bonita pra "ajudar" a família da kathleen? pelo amor de deus. pau no cu da farm. pergunta pras vendedoras de lá quanto elas batem de meta x o salário delas pra ver se é justo
— rachel (@rachelsousab) June 9, 2021
A Farm não vai reverter o lucro de vendas com o cupom KATHLEN para a família da Kathlen.
A Farm vai reverter somente a comissão das vendas.
Comissão que os vendedores recebem pelo trabalho.
A Farm está fazendo a Kathlen trabalhar para eles, mesmo depois de assassinada.
PORRA
— TANTO TUPIASSU (@tantotupiassu) June 9, 2021
A Farm fazendo a Kathlen trabalhar depois de morta para reverter a COMISSÃO dela em vendas pra família. Eu tô-
— CoronaSuc🧃 (@Sukitabr) June 9, 2021
eu amo o comprometimento da farm em reafirmar pelo menos uma vez por semestre que é um lixo
— Marie Declercq (@vieneinpace) June 9, 2021
a Farm está colocando uma funcionária preta pra trabalhar depois de morta.
o ano é 2021.
— WENDY (@wendy_andrade) June 9, 2021