Amanda Faia

Madonna não é Rainha a toa: discussão sobre relevância ou desempenho do “Rebel Heart” não tira o brilho da estrela

Ela ainda carrega uma legião por onde passa. Você querendo, torcendo contra ou não.

Após muito babado, confusão e gritaria – neste caso específico roubo, reclamações e prisão – Madonna lançou nesta terça-feira, 10, finalmente seu novo disco. O “Rebel Heart” chegou às lojas já com praticamente todas as músicas na ponta da língua do fã e uma nova postura da cantora: com o disco ilegalmente nos computadores e celulares de muitos, a Rainha do Pop voltou a uma agenda de divulgação com entrevistas, apresentações em canais de TV e até Meet & Greet.

E por mais que o disco tenha vazado (mais do que) na íntegra, o momento não poderia ser melhor para Madonna. Com Beyoncé, Rihanna, Adele, Lady Gaga, Katy Perry, Iggy Azalea, Nicki Minaj, Ariana Grande e até Jennifer Lopez se dedicando à turnês, ainda gravações de discos ou até de férias, a cantora tem a chance de reinar soberana nas manchetes – não cito paradas porque teríamos que entrar naquela discussão de comportamento de diversas faixas etárias na era digital. Sua única “concorrente” é Kelly Clarkson – que lançou o “Piece By Piece” há uma semana.

As expectativas já foram lançadas: na parada britânica, “Rebel Heart” pode estrear em 1º e já há shows esgotados da sua nova turnê. E é exatamente isso o que ela sabe fazer de melhor. Nos últimos projetos, Madonna não se deu ao trabalho de participar de shows ou premiações – exceto Super Bowl – para lançar seus discos. Neste, o vazamento de 30 canções fez a veterana adotar a prática comum entre as mais cantoras pop mais novas. Mas são os shows o grande “ganha pão” musical da estrela e eu não espero nada mais do que excelência dela. É uma das mais profissionais quando o assunto é entreter e proporcionar uma experiência de show que muitas artistas ainda vão ter que comer muito feijão com arroz para chegar perto dela.

Talvez a intolerância de deboche de alguns seja apenas pelo não conhecimento do que Madonna fez pela música nas décadas de 80 e 90, principalmente. Não vivenciar uma era pode, para muitos, resumir a importância do feito e tudo que se lê parece apenas registros tirados de um livro de histórias.

A discussão sobre a relevância ou não de Madonna só serve mesmo para alimentar pautas da mídia. Você pode até reclamar que ela está “velha” e que “velho cai mesmo” e revirar os olhos para a famosa justificativa “se não fosse ela, sua cantora favorita não estaria aqui” – e não estaria mesmo – mas Madonna ainda carrega uma legião por onde passa. Você querendo, torcendo contra ou não.

Bitch, I’m Madonna

 

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