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Ludmilla vira personagem de tese de Doutorado

A acadêmica Dalila Maria Musa Belmiro detalha as intersecções de raça e gênero na construção da mulher-negra através da história da cantora

Ludmilla. Foto: twitter @Ludmilla

Ludmilla foi surpreendida, nesta segunda (24), ao descobrir que se tornou personagem central de uma tese de Doutorado concluída pela acadêmica Dalila Maria Musa Belmiro, doutoranda em comunicação na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Com o título “Rainha da Favela: As intersecções de raça e gênero na construção da mulher-negra celebridade Ludmilla“, o trabalho circulou no Twitter e chegou até a cantora.

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Foto: Divulgação

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A autora do estudo notificou a artista no microblog com a seguinte mensagem: “Alô @Ludmilla, você vai virar tese de Doutoradooo! Meu filho nasceu”, escreveu Dalila, que logo foi notada pela cantora, que retribuiu o carinho da acadçemica com emojis de coração.

O trabalho, segundo Dalila, foi motivado pela visibilidade e representatividade da cantora no meio público como mulher negra. “O motivo pelo qual escolhi a Ludmilla como personagem é porque tenho interesse de pesquisa em celebridades negras. No meu mestrado, estudei a Taís Araújo, por exemplo, e o meu interesse maior é entender um pouco como essas celebridades, que são reflexos dos nossos tempos, da nossa sociedade, que são mulheres e são negras vêm numa contra mão desses valores, que são muito masculinos e embranquecidos“, explicou.

Ainda segundo Dalila, a foto do estudo é mostrar como a visibilidade de tais personalidades impactam na sociedade. “Como essas celebridades conseguem se manter famosas e o que as performances, as ações e os discursos delas trazem de novo na construção de valores e na quebrada de padrões que são imposto“, disse.

Sobre Ludmilla, especificamente, a acadêmica ressaltou o trabalho da artista como cantora e também pautas relacionadas a sua vida pessoal. “Entendo a Ludmilla como uma celebridade importante primeiro por figurar nestes lugares de negra e de mulher, mas também por trazer outras camadas como o de ser uma mulher negra bissexual, favelada e que canta funk. Acho que todas essas camadas que a compõem enquanto celebridade, trazem uma densidade muito grande para a pesquisa e para a própria Teoria de Celebridades que a gente se desenvolve lá na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais)” destacou.

Foto: Lana Pinho

Então, estou tentando entender justamente isso, a importância de a gente ter artistas como a Ludmilla, que são artistas da massa, que chegam a grandes públicos, que são estrelas mesmo e que figuram, que performam valores que vão contra a valores hegemônicos que a gente vive. Qual é a importância de a gente ter uma Ludmilla no cenário musical brasileiro, de ela ser quem ela é e dela inspirar pessoas a partir da performance dela.”