Novembro é o mês da consciência negra. Neste mês, é comum que apareçam ações para dar visibilidade a para profissionais pretos, principalmente no mundo da música. Mas e se isso acontecesse o ano inteiro? Foi o que defendeu Ludmilla.
A cantora de “Rainha da Favela” respondeu uma publicação do Spotify exaltando os principais artistas pretos no Brasil que ficaram no topo na plataforma de streaming. Para a cantora, é muito importante que isso continue e se perpetue.
Leia o que ela escreveu:
“Seria muito legal se isso acontecesse o ano inteiro! Um projeto e uma curadoria pra galera preta entrar nos tops seria demais. Playlists feitas por vários artistas negros brasileiros. Bora lá, Spotify!”, escreveu ela.
Seria muito legal se isso acontecesse o ano inteiro! Um projeto e uma curadoria pra galera preta entrar nos tops seria demais. Playlists feitas por vários artistas negros brasileiros. Bora lá, Spotify!
— Ludmilla 👑 (@Ludmilla) December 1, 2020
Apoio do público
Muito sensata, a proposta de Ludmilla recebeu as mais diversas respostas de apoio. As pessoas concordam e querem, sim, artistas pretos no topo o ano todo!
Leia os destaques:
Se a moça falou eu não desfalo. . .na real essas coisas são coisas que fariam o jogo ser outro no quesito resultados e oportunidades .
— Deus (@djongadorge) December 1, 2020
Seria mesmo
— Babu Santana (@BabuSantana) December 1, 2020
Se queremos pretos no topo, temos que colocá-los na maior playlist da plataforma brasileira pra que eles possam ter a chance alcançá-lo.
— ramon do zap (@ludmillerr) December 1, 2020
Porra! Disse tudo! Pra ontem isso! Incluindo a galera que busca um lugar ao sol!
— Mc Moz (@mcmozoficial) December 1, 2020
Obrigado por usar a sua influência de maneira tão foda!!
— Tiahac 🧨 (@tiahac) December 1, 2020
Ludmilla fala sobre racismo e apoio recebido de Alcione: “Me senti super protegida”
O programa Altas Horas é sempre palco de importantes debates sobre questões da sociedade e meados de novembro, no mês da Consciência Negra, o tema abordado foi o racismo. Em uma videoconferência, o apresentador Serginho Groisman conversou com Alcione, Maria Gadú, Roberta Miranda e Ludmilla sobre o racismo e a cantora de “Rainha da Favela” comentou casos pessoais dela e o apoio que recebeu de Alcione.
Falando sobre os ataques que recebe diariamente na internet, Ludmilla afirmou: “Eu sofro esses ataques racistas desde quando comecei a cantar, só que de uns tempos pra cá foi ficando muito forte e eu já tava meio que me sentindo sozinha.”
“E quando chegou a Marrom [Alcione], que é uma referência pra mim, uma inspiração, e me defendeu igual uma leoa sabe, igual uma mãe defende seu filho. Eu me senti super protegida e apoiada e protegida, fez toda a diferença pra mim.”
Em 2019, Ludmilla sofria racismo diretamente do palco do Prêmio Multishow, quando recebeu gritos de “macaca”, entre outros xingamentos. Mas o racismo sofrido pela cantora, além das redes sociais, é no dia a dia, mesmo em situações consideradas de luxo.
Ainda no Altas Horas, Lud relembrou um caso de racismo que sofreu na primeira classe de um avião, onde a passageira que estava sentada ao seu lado não quis permanecer no lugar.
“Tinha uma senhora branca sentada, ela virou e falou: ‘tem certeza que o seu lugar é aqui?’. Na inocência, olhei de novo [o cartão de embarque] e disse que sim. Ela fez, ‘ahh’, levantou e foi em direção ao comissário.”
“Não acredito que ela está fazendo isso. Está incomodada porque eu vou sentar aqui?”, afirmou Ludmilla.
“Se está incomodada, ela vai ter que se mudar. Ela não foi do meu lado no voo e mudou de lugar. Não aceitou que uma preta tem a mesma condição dela de ir na primeira classe. Ela que tem de mudar e sair da sociedade por não aceitar esse tipo de coisa.”