Ludmilla

Ludmilla conta que descobriu que gostava de mulheres no colégio e tinha medo da mãe antes de assumir sexualidade

No Dia Nacional da Visibilidade Lésbica, cantora participou de matéria da Vogue Brasil

Ludmilla se torna a primeira cantora negra e latina a ultrapassar 1 bilhão de streams no Spotify (Foto: Reprodução/Twitter)

No Dia Nacional da Visibilidade Lésbica, a Vogue publicou uma matéria com Ludmilla. Na reportagem, a funkeira carioca contou quando descobriu que gostava de mulheres e revelou que sentia medo de sua mãe, antes de assumir sua sexualidade. Lud também falou sobre seu casamento com a bailarina Brunna Gonçalves que, para ela, é mais do que um ato político.

No Dia Nacional da Visibilidade Lésbica, Ludmilla fala sobre descoberta da sua sexualidade (Foto: Reprodução/Twitter)

Ludmilla disse que descobriu que se atraia por mulheres ainda na escola, quando tinha 16 anos. “Soube que uma amiga beijou uma menina. Eu fiquei olhando pra essa garota e passei a vê-la diferente. Foi simples assim. Como é pra qualquer ser humano quando se descobre tendo atração por outra pessoa”.

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No entanto, ela lembrou que não foi fácil falar abertamente sobre seus sentimentos com a família.

“Eu era uma menina da Baixada e sentia muito medo da minha mãe. Na real, eu já achava que ela tinha descoberto. Foi sinistro. Mas o tempo cura os medos e prova pra gente que ser quem a gente é, sempre é melhor, não é?”.

Cantora se surpreendeu com reação do público ao assumir sexualidade

Na entrevista, Ludmilla disse ainda que se surpreendeu com a reação do público após assumir publicamente sua relação com Brunn.

“A crítica a uma mulher preta como eu sempre existiu. Também tinha essa crítica pelo meu jeito de me vestir, pelas minhas atitudes. Então, de alguma forma, eu esperava mais críticas e achei que meus fãs pudessem não entender. E foi uma surpresa foda! Com os meus fãs eu entendo todo dia o poder de ser transparente. Isso me faz crescer e experimentar a liberdade. E liberdade e respeito é algo que toda lésbica quer. Eu me orgulho de ser cada dia mais transparente comigo e com meu público”, disse.

A cantora ainda refletiu sobre as recentes transformações em sua vida, depois dos ataques racistas que sofreu recentemente nas redes sociais.

“Aceitar minha condição sexual e me reconhecer como mulher negra são duas coisas que me transformaram real. Eu sei que inspiro e espero poder fazer mais, porque isso é o que chamamos de representatividade. Eu sempre fui uma mulher negra. E existir e fazer sucesso como mulher negra já é uma afronta nesse país”, comentou.

Ela disse ainda que sendo uma mulher lésbica ela tem consciência que pode inspirar as pessoas e que falar de seu casamento é mais do que um ato político.

“Como mulher lésbica eu sei que também posso inspirar as pessoas. Mas cara, mais que um ato político, falar sobre o meu casamento é falar sobre amor, entende? Pode parecer bobo, mas falar de amor nos dias de hoje também é sobre ter coragem. Pode acreditar!”, declarou.

Lésbica no funk

Ludmilla também analisou o fato de ser lésbica no universo do funk e o machismo enraizado na cultura.

“O funk em sua maioria é masculino. Muitas mulheres vêm quebrando essa barreira e fico feliz de ver e participar disso. Fico feliz de notar meu sucesso sabendo de onde eu vim. O funk fala sempre sobre liberdade e, por mais machista que ele possa ter sido, ainda é sobre liberdade. É sobre isso que canto e vivo. Que bom que hoje eu posso me expressar no funk abertamente, porque tem muita gente que vive sufocada com medo de gritar. Eu não poderia ser quem eu sou hoje se não pudesse me expressar até porque… não seria funk.”

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