No mês do orgulho LGBTQI+, Ludmilla é um exemplo de que o mundo mudou (mesmo tendo muito a melhorar). Ela é uma cantora de grande sucesso e assumiu o relacionamento com Brunna Gonçalves, sua dançarina. Há alguns anos, isso seria inaceitável, mas hoje a maioria das pessoas aceita e apoia. Depois de renovar os votos no Caribe em uma linda cerimônia intimista, ela planeja aumentar a família. Para isso, elas já programam a primeira gravidez.
Mesmo sem data definida para colocar em prática, tudo está sendo preparado. Ludmilla e Brunna pretendem gestar um filho a partir de uma gravidez compartilhada – óvulo da cantora no útero da esposa. Ela afirma em entrevista à Vogue: “Só queremos viver a nossa escolha, o nosso amor e ser felizes!“.
Representatividade
Ludmilla acredita que o seu casamento ajuda a naturalizar o amor entre duas mulheres ao público geral.
“Acredito que uso muito mais com minhas ações como, por exemplo, quando beijo a minha mulher ao vivo em rede nacional, em uma das maiores audiências da televisão brasileira. Mas, além disso, sempre falo que precisamos fazer o máximo que pudermos para sermos felizes. Não é fácil ser uma das letras dessa sigla, mas precisamos lutar por respeito, porque somos seres humanos como qualquer outro, que exercem seus deveres, pagam seus impostos, respeitam o próximo, e ponto“, disse.
A fama ajuda?
Se Ludmilla não fosse famosa, será que sua aceitação seria diferente? Ela comenta:
“O meu maior facilitador primeiramente é o fato de eu ser uma pessoa independente. Imagina quem não é [independente] e que ainda tem uma família que não aceita [sua orientação sexual]? Aí o buraco é mais embaixo. Então sempre incentivo que, primeiro, precisamos ser felizes e, em seguida, que devemos batalhar pela nossa independência. Isso não substitui o afeto, que tenho certeza de que todos gostariam de ter da própria família, mas dá mais segurança. Sobre a fama, acho que se não fosse uma artista conhecida, as coisas seriam bem diferentes. Tenho todas as características de alvo: mulher, preta, bissexual, periférica, do funk… Mas tudo na vida tem um propósito e espero, de verdade, inspirar pessoas que ainda não se sentem confortáveis em compartilhar sobre a própria orientação com a família, ou inspirar um pai/mãe a se sensibilizar com minha história, que também pode ser a do filho/a dele, sabe?!“, afirmou.
Tabu
Ludmilla observa que não existe mais tabu quando se trata de relacionamentos LGBTQI+.
“No âmbito LGBTQIA+? Acredito que nenhum. Evoluímos tanto para algumas coisas e seguimos estagnados em tantas outras. Por quê? Enxergo os tabus, principalmente os que dizem respeito ao tema LGBTQIA+, como uma coisa que não é da conta da vida de muita gente. Somos cidadãos como qualquer outro, com direitos e deveres. Não há o que opinar se não estamos fazendo mal a ninguém. Só queremos viver a nossa escolha, o nosso amor e ser felizes“, afirmou.