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Ludmilla e Beyoncé são raridade em arrastar multidões em shows solo no Brasil

Antes do “Numanice” deste sábado (12), somente Beyoncé havia conquistado tamanho público no país
Com o "Numanice", Ludmilla traz representatividade à comunidade negra. Fotos: Divulgação/Twitter/@LudmillanoBR

O Sambódromo da Marquês de Sapucaí no Rio de Janeiro tremeu na noite deste sábado (12)… O motivo?! Ludmilla mais uma vez arrastando multidões com o “Numanice”, um dos shows e projetos mais bem-sucedidos da história da música brasileira. A última vez que uma cantora preta havia feito tamanho barulho no país e colocado mais de 30 mil pessoas para assistir a um show solo foi Beyoncé, em 2013. Sim, de lá para cá foi necessário um intervalo de uma década para o feito se repetir…

Foto: Instagram/@ludmilla

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Revelação em 2014, Ludmilla já é há alguns anos consolidada como uma das maiores cantoras de música pop do Brasil. Ela, que começou no funk batizada de ‘MC Beyoncé’, decidiu se arriscar no pagode até que viu nascer um dos mais bem-sucedidos senão o mais exitoso projeto de sua carreira, o “Numanice”.

O projeto, que nasceu em abril de 2020, já rendeu à artista um EP, três álbuns, dois registros audiovisuais e o mais impressionante: shows sold out pelos quatro cantos do Brasil!

A cantora começou a chamar atenção do público e da mídia em torno do fenômeno de bilheteria que é o “Numanice” em julho deste ano, quando reuniu uma plateia de 30 mil pessoas para cantar seus sucessos de pagode, em Salvador, na Bahia. À época, era esse o recorde de público do evento. De lá para cá, Lud passou por várias outras capitais e sempre transformando o show em um grande evento por onde quer que passe.

Além do ímpeto de gritar a plenos pulmões as letras facilmente identificáveis de Ludmilla, o público de fato se prepara para o evento: se programa com antecedência, recruta um time de amigos, já prepara um look especial e aguarda ansiosamente até a chegada do grande dia…

O “Numanice”, na prática, pode ser facilmente comparado à passagem de um show internacional no Brasil. Nem todos os que vão são ouvintes assíduos do gênero pagode, ou conhecem todas as músicas de Ludmilla. Não deixam de marcar presença, porém, pela experiência que é o evento. Todo mundo quer estar lá, pelo menos uma vez. É inegável, então, que a artista está fazendo história…

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Na cena musical brasileira, exceto quando se fala em sertanejo, não é comum vermos um artista arrastar uma multidão de 30 mil pessoas para assistir um show solo. Observando a quantidade de músicos pretos que já o fizeram, o número se torna ainda menor.

Beyoncé, uma das maiores artistas vivas da história da música, precisou de um intervalo de uma década até que o feito se repetisse no Brasil. Quando veio ao país pela primeira vez em 2010, a cantora fez shows próprios para mais de 30 mil pessoas em São Paulo, Florianópolis, Salvador e Rio de Janeiro (duas datas).

Já em 2013, ela lotou estádios em Fortaleza, Belo Horizonte, São Paulo, Brasília, além do Rock in Rio, festival em que foi headliner em uma das noites.

Em um show histórico, evidentemente o maior de sua carreira até aqui, Ludmilla levou ao Sambódromo do Rio de Janeiro neste sábado (12) um público de 33 mil pessoas, vivendo aquilo que possivelmente nem ela mesma imaginou que alcançaria um dia.

O episódio entra para a história da cultura popular e potencializa a necessidade de representatividade e reparações históricas de valorização das mulheres e população preta.

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