Sem dúvidas, a noite do último sábado (4) foi o ápice da carreira de mais de 20 anos dos Los Hermanos. Afinal, qual banda ou artista nacional teria cacife para colocar 42 mil pessoas no Maracanã nos dias de hoje? Talvez apenas Sandy e Junior ou Ivete Sangalo consigam superar tal feito. De toda forma, o tecladista Bruno Medina aproveitou a ocasião para publicar um texto emocionadíssimo sobre o que representava para ele e seus companheiros tocar naquele que já foi o maior estádio do mundo. De quebra, um vídeo ilustra bem o que foi a noite histórica:
Chegamos ao Maracanã às 13h para passar o som e, mesmo nos tendo sido oferecida a possibilidade de ir embora, descansar e retornar em horário mais próximo ao show, ninguém aceitou. Preferimos passar a tarde ali, batendo bola sobre o gramado coberto, vistoriando os setores, assistindo o batalhão de profissionais que ali trabalhariam ocupando seus postos, o jeito que encontramos de fazer cada centímetro daquele gigantesco e emblemático estádio se tornar familiar para nós. No sábado, o Maracanã foi, sim, a nossa casa.
Ao longo de duas décadas na estrada você aprende um ou outro truque para domar a ansiedade, mas nada prepara alguém para tocar num show dessas proporções. Pouco antes de subir ao palco, conversávamos sobre o antológico Garage, próximo dali, que por muitos anos foi o celeiro do underground carioca, aonde um dia nos apresentamos para 6 pessoas. Quando me pediram para descrever a sensação de estarmos prestes a realizar o maior feito de nossas carreiras respondi que a emoção era do tamanho da jornada que nos levou do Garage ao outro lado da Radial Oeste.
Não há muito mais o que dizer sobre o show, as imagens e depoimentos estão por aí e são eles que irão construir a narrativa dessa noite. Como o Marcelo bem disse, ‘É um sonho que vamos contar pros nossos netos um dia’. Vale fazer um agradecimento especial a vocês que, de alguma forma, em algum momento desses 22 últimos anos, se conectaram com nossas músicas e escolheram estar ali conosco, neste que foi possivelmente o evento mais importante da nossa trajetória profissional. Obrigado por fazer real um sonho que nunca tivemos a ousadia de sonhar.
– Bruno Medina