Lorde é um enigma. A neo-zelandesa de voz rouca e sensual que conquistou o mundo em 2013 aos 17 anos, subiu ao main stage do Coachella nesse domingo e mostrou, com uma presença de palco que relembra a misteriosa Kate Bush, porque foi considerada por David Bowie, “o futuro da música”.
Com o novo álbum “Melodrama” previsto para ser lançado este ano, após um hiato de 4 anos, Lorde reafirmou seu status de grande aposta da música, em um show em que ela não fez concessões ao público do festival californiano, como Lady Gaga no dia anterior – e mandou ver na sua vertente underground que flerta com o mainstream sem medo de ser feliz.
Lorde entrou arrepiando, em uma intro de “Green Light” olhando para a câmera e não para a plateia. Em seguida, emendou “Tennis Court”, “Magnets” (da colaboração com Disclosure), “400 Lux” e “Buzzcut Season”. Atores, dentro de uma enorme caixa de vidro suspensa no palco, encenavam a conversa de um casal, uma festa entre amigos, em um cenário que a própria Lorde se mistura e interage – como ela mesmo disse, um reflexo do seu universo particular.
E às vésperas de lançar seu novo disco, Lorde disparou um arsenal de surpresas para sorte da plateia do Coachella, que foi a primeira a escutar “Homemade Dynamite”, com batida dançante e refrão pegajoso. Do novo álbum ainda rolaram “Sober”, “Melodrama” e o ponto alto do show: “Liability”, em uma versão piano com Lorde sozinha no palco, mas ao mesmo tempo gigante.
Para fechar, dois hits, o primeiro da carreira, “Royals” e “Green Light”, do novo álbum, já estourada nas rádios e botando todo mundo para dançar. Foi o final perfeito para o show da promessa que Bowie profetizou e que se reafirmou nesse Coachella: Lorde é um sopro de inspiração que a música de hoje precisa mais do que nunca para respirar e se reinventar.