Lady Gaga

Lollipop: Lady ainda mais Gaga em Paparazzi

Quando todos achavam que a deliciosa tosqueira (no melhor sentido) tinha acabado, lá vem Paparazzi!

A minha obsessão por Lady Gaga começou avessa ao que Stefani Joanne Angelina Germanotta (aka Lady GaGa) propõe: começou tranqüila. Mas outro dia me peguei escutando alguém gritar na padaria “moça, tem Lady Gaga?” e quanto tentei apurar minha audição descobri que era “Moça, tem leite de cabra?”. Foi nessa hora que eu resolvi parar.

Muitos se questionam sobre a esperteza de Germanotta, mas para mim isso é inquestionável. Ela é o tipo de pessoa com uma impagável memória visual e faz a linha de que sabe jogar com isso. A Prova é o clipe de Paparazzi, que condensa anos de POP em um curta-metragem ao som de uma das minhas músicas favoritas do álbum The Fame.

A canção lembra a contraposição do erudito com o urbano de “I´m a Slave 4 U” da Britney, artista que a Joanne (sim, quero usar todos os nomes dela no texto) é fã confessa. Gaga consegue convergir o clássico e o novo, gerando um novo plano de entretenimento, do qual só não gosta quem nunca gostou de cultura pop.

O vídeo tem intenção de ser um curta, inspirado nos clássicos do prematuramente falecido Michael Jackson, por isso não adianta falar o que já li em muitos blogs que “ela não conseguiu ter o poder de síntese”, afinal isso ela tem. A GaGa convergiu George Michael, Michael Jackson, Hitchcok, Gwen e Britney em um único ser humano. Compre um e leve uns 20! É essa a tática da Gaga, somando ao seu talento próprio.

Em cenário muito semelhante ao usado por Gwen em “Cool”, Gaga conta uma história que lembra o vídeo de Toxic, da Britney (dirigido por Joseph Kahn), onde a Britney também sai invenenando o namorado por vingança (Alexander Skarsgard –  o da GaGa). Em uma das cenas mais geniais da década, Lady Gaga aparece se recuperando da queda que levou ao ser empurrada da varanda de sua casa, pelo seu namorado – queda essa inspirada no espiral de “O corpo que cai” (1958). Enquanto desfila por um corredor com coreografias que envolvem muletas e uma cadeira de rodas antiga, Angelina recicla um visual vintage-futurista de 1992, apresentado por George Michael no clipe de Too Good. A cena remete à persistência doentia de vários artistas a se recompor após um grande escândalo e só não causou mais polêmica do que o beijo lésbico protagonizado por ela, logo após declarar para a Rolling Stone americana sua bissexualidade.

A nova maravilha do pop aproveita a obra para lançar novos estilistas mexicanos, como quando exibe um dos macacões que já faz parte da história do pop, o modelo amarelo dos recém-descobertos-pelas-celebridades é assinado por Marvin y Quetzal, que vai junto com os óculos do Jeremy Scot. Clique aqui para saber como recriar um dos visuais do clipe (em inglês).

O roteiro termina em uma cena comum aos olhos de quem assiste o mundo do entretenimento comendo pipoca: Gaga ganhando mais fama com o assassinato do seu namorado (o Eric de True Blood) em uma comparação com a máquina que faz o mundo pop funcionar, assim como em Chicago! Tudo isso foi uma composição de Ray Kay, diretor norueguês, que já dirigiu “Soldier” das Destinys Child, Poker Face da própria Gaga e mais uma lista gigante. A única explicação para não dar 5 pirulitos para o vídeo só existiria se eu odiasse cultura pop, mas nós amamos!

5 Lollipops para Lady Gaga por fazer história.

Ps.: Paulo Pinheiro, obrigado pelas dicas sobre as inspirações da Gaga.

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