Basucas de plástico, Lady Gaga, roupas extravagantes e uma entrada à la Tarantino é tudo o que a Beyoncé precisa para criar um frisson fashion na cultura pop. Com toda essa petulância no roteiro, eis “Videophone”, seu mais novo vídeo.
Se ainda não viu, é bom ver antes de ler:
No clipe, Beyoncé se apresenta como na introdução de um filme de Tarantino enquanto marcha pelo Brooklyn com seus capangas em uma missão vingativa. Porém acaba seduzida pelo ritmo das lentes fotográficas e dos flashs – brincando com a cultura de transformar a vida real em arte.
Durante a sua dança de acasalamento com as câmeras, vemos a cantora de RnB se transformar em segmentos diferentes da arte pop, porém ela não está sozinha. Na verdade, sua acompanhante nessa extravagância é uma experiente no que a cantora pretendia para seu vídeo. Lady Gaga, apesar de aparecer pouco no clipe, inspira Beyoncé assim como as pessoas que estavam a volta de Zelig – personagem de Wood Allen que absorve a personalidade de quem o rodeia.
A edição brinca com o efeito chroma key (aquele que é usado em fundos verdes ou azuis para simular outra paisagem), mostrando imagens menos editadas que contrastam com a impecável técnica utilizada nos momentos em que o efeito é aplicado, nos remetendo ao duelo que teóricos e especialistas travam sobre a qualidade dos vídeos “caseiros” produzidos para a internet.
Já a direção ficou nas mãos de Hype Williams que começou a carreira filmando performances de Hip Hop em escolas. Coube a ele a difícil tarefa de conectar Lady Gaga e Beyoncé, grandes egos da música, mas com figuras bastante diferentes. Podemos dizer que nesse ponto ele fez o possível e que o entretenimento proposto nos quase seis minutos de vídeo conseguiu atingir o nível fashion idealizado na medida certa para não interferir no último single de Lady Gaga, Bad Romance, e ainda privilegiar Beyoncé.