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Lobão considera uma “estupidez” a atitude de Bolsonaro ao celebrar a ditadura militar

Nos últimos anos, Lobão foi mais falado por sua militância à direita (e pelos ataques à esquerda) do que pela música. Mas um vídeo publicado esta manhã (27), onde critica a postura de Jair Bolsonaro pela celebração dos 55 anos do regime militar, repercutiu mal entre os seguidores do presidente. “Não podemos demonizar os militares porque salvaram a gente de um Cubão, mas também não podemos torná-los heróis, porque foi um regime tacanho, imbecil e ingênuo”, disse.

Ainda que não acredite em “golpe”, o cantor endurece a fala e fala em autocrítica. “O regime de 64 era autoritário, foi uma merda. Ponto. Se não tivéssemos esse período escroto, não estaríamos agora sofrendo todas essas mazelas. Sentir saudade desse período é de uma estupidez que revela exatamente aquilo que eu tenho falado sobre a direita. A autocrítica é dolorosa, mas é ultra necessária. A gente não pode glorificar expedientes sombrios, é contra a gente”, opina.

Não demorou muito para que o vídeo virasse um dos assuntos mais comentados no Twitter, enquanto militantes de direita e seguidores de Bolsonaro, a quem Lobão declarou apoio na eleição passada, resolveram atacar o artista o acusando de “mudar de opinião”. Por outro lado, a jornalista Cynara Menezes recuperou uma publicação do cantor em 2011, onde ele afirmava que havia um excesso de vitimização na cultura brasileira.

“Essa tendência esquerdista vem da época da ditadura. Hoje, dão indenização para quem sequestrou embaixadores e crucificam os torturadores que arrancaram umas unhazinhas”, escreveu à época. Cynara questionou em qual Lobão deveríamos acreditar. Para a militante, nenhum deles.

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