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Livinho quer ir além do batidão no single “Novo Vício”

Ao POPline, funkeiro conta que quer mostrar versatilidade musical em novo álbum

Livinho revela influência do R&B e gospel para o seu trabalho no funk Foto: Divulgação

Se ainda existem pessoas por aí duvidando do talento de quem faz funk no Brasil, MC Livinho quer provar que pode ir além do batidão e surpreender com mais musicalidade. Nesta sexta-feira (19) chegou às plataformas digitais “Novo Vício”, primeira amostra de Mágico dos Flows, segundo álbum de estúdio. Em um bate-papo com o POPline, o artista fala sobre as expectativas para o futuro e analisa o momento do funk no cenário internacional.

Foto: Divulgação

“Novo Vício” servirá de termômetro para que Livinho possa direcionar os próximos passos. E ele garante que a música ganhará um clipe em breve, dançante e com muita coreografia. Afinal, o TikTok virou um trunfo para os artistas descolarem um hit viral com dancinhas fáceis de serem reproduzidas milhares de vezes na plataforma.

“É uma música que mistura trap com pop e fala sobre uma mulher que quer curtir a vida. O novo vício para ela é sair, rebolar e não se apegar a pessoas que só atrasaram o lado dela. Ela está cansada das decepções da vida”, conta o funkeiro, que sonha com o momento em que as pessoas poderão retomar a convivência nas ruas, devidamente vacinadas e sem temor da pandemia.

O desejo de alcançar um novo público fez com que Livinho planejasse um álbum que explorasse diversos temas e sonoridades. Ele acredita que é o momento da parcela do público que ouve suas músicas aleatoriamente em uma playlist conhecê-lo de verdade.

Foto: Reprodução/Instagram

“Curto muito trap, MPB, soul music. Sou um músico e não tenho restrição para cantar [qualquer estilo]. Estudo música sempre que posso, quero entender como as coisas funcionam. Fiz um álbum onde falo sobre ostentação, a farra na noite, mas também canto sobre depressão e sobre sonhar com algo. Acredito que quem ouve minhas músicas não quer apenas dançar, mas também refletir. Então por isso decidi me comunicar com o máximo de pessoas possível”.

Curioso por música de um modo geral, Livinho listou uma série de grandes artistas que são referências e que não saem de sua playlist. “Não paro de ouvir música. Vou de Christina Aguilera a Usher, passando por Stevie Wonder, Ray Charles, Nina Simone, Boyz II Men, Jorge Vercillo, entre outros artistas de black music, de soul e MPB“.

O funkeiro, que coleciona feats com nomes como Ivete Sangalo, Dennis DJ, Péricles, Gustavo Mioto, Gaab e DJ Rennan da Penha, optou não convidar medalhões para este projeto por conta da dificuldade que a pandemia impôs. Ele explica como foi o processo:

“Este trabalho, em especial, foi feito de modo caseiro. Comprei alguns beats americanos, fiz algumas mudanças, masterizamos e tive ajuda dos DJs Felipe Tavares e Kim na produção. O MC Rogério é meu amigo de infância e o MC Jhef é outro parceirão que também participa de uma das músicas”.

Foto: Divulgação

Da simplicidade de uma produção caseira às grandes criações feitas em estúdio, um fato chamou atenção esta semana no universo pop: a rapper norte-americana Cardi B, acompanhada de Megan Thee Stallion, levou um remix do DJ Pedro Sampaio para o palco do Grammy Awards enquanto apresentava o hit “WAP”. A surpresa fez com que os brasileiros comemorassem nas redes sociais.

Contudo, Rick Bonadio foi na contramão da opinião pública e classificou o funk como “o pior tipo de música produzida no país”. Livinho, que aprendeu a tocar piano e violino em seus tempos de igreja, engrossou o côro dos descontentes e discordou do posicionamento do produtor.

“Ele foi infeliz na colocação dele. O funk ser ‘simples’ não deslegitima o fato dele ser uma cultura nossa. E se as pessoas gostam de ouvir, é porque significa algo. Ninguém tem o direito de menosprezar um movimento mundialmente conhecido. É fácil falar essas coisas sentado da cadeira do estúdio dele que vale milhões. Não sei da história dele, mas possivelmente foi bem diferente dos moleques de periferia que aprendem na raça e aproveitam a oportunidade única de mostrar seu trabalho”, criticou.

“Eu tive a oportunidade de ter ensino musical na igreja. Mas um curso deste não é gratuito. Na verdade deveria ter nas escolas. O que o governo faz pelo ensino musical neste país? Seria a oportunidade de tirar muitos moleques das drogas e revelar outros artistas. Seria legal se ele [Rick Bonadio] estendesse a mão e desse oportunidade a outros talentos, que orientasse e aliasse a expertise dele para aprimorar o trabalho da galera”, completa Livinho.

Foto: Divulgação

No fim das contas, Livinho torce para que o público goste do trabalho mais versátil de sua carreira. “Estou doido para voltar a fazer shows e acho que a galera vai se surpreender com este álbum”.

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