Os Caras e Carol é uma banda de pop rock criada em setembro de 2015. Originalmente, a banda começou com a ideia de ser um musical teatral e conforme as trocas de composições e melodias foram acontecendo, os componentes decidiram transformar o projeto em uma banda musical. Carolina Coutinho é responsável pelos vocais, Leonardo Maciel toma conta do baixo, João Loroza é o guitarrista e Ruvício Santos é o baterista do grupo. Durante um papo com o POPline os quatro integrantes falaram sobre os novos passos da banda!
O início de tudo
Criada no intuito de ser uma banda para uma peça de teatro, Os Caras e Carol ganhou fôlego e despontou como uma banda de pop/rock, mas tudo começou na Escola de Atores Wolf Maya, no Rio de Janeiro.
Carol: “Eu já conhecia o Leonardo porque estudávamos juntos na Escola de Atores do Wolf Maya e teve uma peça que fizemos, uma adaptação de Nelson Rodrigues, que tinha uma banda tocando ao vivo na peça. E a ideia era deixar o público intrigado se era uma peça mesmo ou um musical. Queríamos fazer composições autorais e partir daí surgiu a ideia de fazer a banda”.
As influências musicais da banda vêm principalmente do rock nacional e internacional dos anos 1970 e 1980, mpb, soul music, dentre outros estilos que marcam a identidade de suas músicas autorais e permeiam seus covers. Tanto tocando “You Don’t Know Me” de Caetano Veloso quanto se aventurando no rock de Harry Styles em “Kiwi”, a banda segue com irreverência e senso de humor em suas apresentações.
O início de Os Caras e Carol
A partir do encontro entre Carol e Léo, João e Ruvício também foram agregados na miscelânia de gostos e idades dos participantes. A vocalista Carol tem 22 anos, Léo, 26, João 18 e Ruvício, 36. Os integrantes também refletem sobre as semelhanças e diferenças artísticas no processo de formação do repertório da banda!
Ruvício: “É bom trocar, estar conectado com a juventude e novas ideias, eles transbordam ideias. Logo no primeiro ensaio que cheguei já havia cinco músicas, é uma galera com a energia lá em cima. É uma forma de lapidar, tirar o que há melhor dessas ideias e lapidar”.
Carol: “São educações musicais diferentes. Viemos de lugares na música um pouco diferentes e quando chega na hora de montar o repertório, decidimos que só vamos fazer algo que todos topem. O Léo tem um conhecimento de rock clássico dos anos 1970 até 1990, já eu sou apaixonada por música pop dos anos 1990 e 2000 porque cresci ouvindo, João tem um conhecimento enorme de MPB e Ruvício toda a experiência com outros artistas. Então, o resultado final do nosso som tentamos que ser uma mescla de tudo isso!”.
João “Eu acho que é isso que permite que possamos fazer covers tanto de Caetano Veloso, como de Harry Styles, mas na roupagem dos “Caras e a Carol”. A ideia precisa sempre ter a nossa cara”.
O processo criativo das canções
Privilegiando o repertório autoral como nas canções “Cabelo” e “O Que Será de Nós”, eles também contam sobre o processo criativo das músicas!
Carol: “Pra mim o que é mais importante quando estou escrevendo é contar uma história. Então, por exemplo, quando escrevi “Cabelo”, eu queria contar a minha história! Falar sobre o que eu passei, o meu sentimento com relação ao bullying que passei por conta do meu cabelo. Queria escrever essa narrativa em forma de música. Já “O Que Será de Nós”, estávamos em 2016, no dia da votação do Impeachment de Dilma Rousseff, e ficou aquela sensação de: “o que acontecerá agora?”.
João: “Eu estava estudando alguns acordes de bossa nova, levei pra ela, acabou virando rock depois, mas aconteceu assim”.
Léo: “Estamos sentando para também tentarmos escrever as coisas juntos. Antes o nosso processo criativo era muito individual, mas agora estamos sentando para tentar fazer mais canções juntos”.
Carol: “Temos prontas já 12 músicas, mas foram selecionados por enquanto 7 faixas para o EP, que será lançado ainda no primeiro semestre de 2019!
João: “A princípio esse EP terá 5 canções nossas, 1 versão e um cover”.
Léo: “Vamos falar sobre as nossas crises existenciais, sobre amor, com uma pegada de pop/rock”.
Carol: “Porém, algumas faixas são mais MPB, mas o som predominante é de pop/rock mesmo”.
Pop/rock é sim coisa de mulher!
Infelizmente em pleno 2019 há quem acredite que rock não é coisa de menina e questionamos a Carol, se por ela ser uma mulher no meio dos homens, à frente de uma banda de pop/rock, sente algum preconceito por ocupar essa posição!
“Acho que nunca sofri preconceito por ser mulher e estar cantando pop/rock, mas sinto que as pessoas me levam menos a sério porque eu aparento ser mais nova do que eu sou. Às vezes quando vamos a algum evento, sinto que as pessoas têm dificuldade de me ouvirem. Às vezes quando sou apresentada para algumas pessoas em eventos, sinto que elas têm uma dificuldade de ouvir o que tenho a dizer. Quando subo no palco e a banda toda está pronta pra tocar, vejo que algumas pessoas olham pra mim com uma cara: “O que essa menina está fazendo aí? Ela vai tocar rock?”. Sinto que as pessoas duvidam de mim e o que mais gosto é quando começo a cantar e elas não duvidam mais. Estando com eles no palco, sinto que eles confiam em mim e fazem as pessoas também acreditarem no meu trabalho. É uma sensação maravilhosa”.