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Lady Gaga: “The Fame Monster” completa 10 anos e a gente relembra esta obra em dez momentos que a fizeram inesquecível

Dez anos do “The Fame Monster”. É até clichê, mas estaria mentindo se não dissesse que “parece que foi ontem” que eu estava sentada na frente do meu computador por horas esperando pelo lançamento do clipe de “Bad Romance”. Lady Gaga chegou como um asteroide na música pop em 2008 e me levou junto com ela nesta viagem pelas suas lembranças, seus traumas e seu imaginário encantador. Há muito tempo um artista não me emocionava tanto. Acredito que depois das paixões adolescentes dos anos 90, até então não tinha encontrado alguém que cantasse as minhas dores, alegrias e emoções mais reprimidas. Em seu disco de estreia, o “The Fame”, Gaga já nos mostrou a que veio, meteu o pé na porta sem pedir licença e assumiu um lugar de prestígio, que parecia estar mesmo guardado para ela. Entretanto foi em “The Fame Monster” que a mágica realmente aconteceu, foi ali que ela se firmou como a artista surpreendente que é e foi ali também que ela virou o mundo da música de cabeça pra baixo.

“The Fame Monster”, inicialmente pensado como uma continuação do “The Fame”, tem vida própria. As oito faixas que compõem o disco trazem consigo diferentes “monstros” – medos – encontrados por Gaga nos seus primeiros anos de fama global. Esses sentimentos aterrorizantes, que até aquele momento estavam apenas em sua mente, foram de encontro às melodias da dance music dos anos 90, sonoridade industrial e aos desfiles de alta costura, resultando em músicas individualmente impactantes, clipes absolutamente brilhantes e um conjunto primoroso que serviu como ponto de partida para uma de suas eras mais impressionantes e criativas. A era que deu nome a sua fanbase, a era que fez outras artistas repensarem o seu próprio conteúdo e principalmente a era que fez o mundo compreender a magnitude do trabalho de Lady Gaga.

Para relembrar esta era e é claro o álbum “The Fame Monster” – que faz aniversário hoje – escolhi dez pontos/momentos cruciais que para mim fazem desta uma era absolutamente inesquecível. Vamos voltar no tempo?

1 – Sonoridade

Em 2008 Lady Gaga foi a responsável por trazer ao mainstream a música eletrônica. Colocou nas rádios de todo o mundo o “four-on-the-floor” e deu início a uma reformulação na produção de música pop. No “The Fame Monster”, Gaga deu continuidade a este trabalho resgatando a era disco e o melhor do synthpop das décadas de 70 e 80, misturando com glam rock, industrial e até música gótica. Essa mistura resulta é um som absolutamente novo e que irá pautar lançamentos posteriores de diversos outros artistas do gênero.

2 – A Capa

Fotografada pelo francês Hedi Slimane, Lady Gaga e a Haus Of Gaga criaram duas capas para “The Fame Monster”, sendo que em uma delas Gaga aparece usando uma peruca loira e vestindo uma jaqueta de vinil, já na outra ela aparece com cabelos longos pretos, delineador preto nos olhos e lágrimas negras que escorrem pelo seu rosto. Inicialmente, Gaga entrou em conflito com a Interscope Records acerca da capa em que aparece morena. De acordo com a gravadora, a foto era “muito obscura e gótica” para um lançamento mainstream e dificilmente iria reter e fidelizar os fãs conquistados na era anterior. Depois de discussões, Lady Gaga convenceu os executivos explicando que ambas as capas serviriam, uma vez que “The Fame Monster” traz um conceito de yin e yang em relação ao “The Fame” – opostos complementares. Fato é que os little monsters gostam muito mais da capa que quase foi rejeitada!

3 – Bad Romance

Lançado em outubro de 2009, o primeiro single do “The Fame Monster” é um divisor de águas na carreira de Lady Gaga. “Bad Romance” é uma música audaciosa e atemporal com produção de RedOne, que trata da paranoia da cantora por relacionamentos que nunca funcionam. O single teve sua estreia na passarela de Alexander McQueen, na semana de moda de Paris de 2009, e até hoje é um dos mais aclamados pela mídia especializada e um dos mais queridos dos fãs. “Bad Romance” ainda ganhou um clipe icônico e bem dirigido por Francis Lawrence, que mudou o curso dos videoclipes desde então. Com cenas marcantes, maquiagem e figurino impecáveis, o vídeo de “Bad Romance” foi responsável por redefinir a estética de Lady Gaga. Nenhum defeito!

4 – “The Monster Claw”

Hoje é fácil identificar um fã da Lady Gaga, até porque a gente faz questão de se apresentar como “little monster”, mas nem sempre foi assim. A fanbase ganhou este nome após o lançamento de “The Fame Monster” e do clipe de “Bad Romance”, onde pela primeira vez Lady Gaga fez a “monster claw” – “a garrinha monstro”- com as mãos. A partir daí, o símbolo virou a marca da fanbase e uma forma de comunicação entre Gaga e seus fãs, afinal sempre que ela pede por “paws up”, até hoje todos estendem o braço e fazem o gesto. A “monster claw” é tão importante na história da Lady Gaga, que ela a tatuou nas costas como demonstração de carinho aos fãs. Em reciprocidade, no meu pulso está tatuada a palavra “monster”, assim como nos corpos de milhares de outros little monsters!

5 – Speechless

Uma das mais lindas baladas da discografia da Lady Gaga chegou no “The Fame Monster”. “Speechless” reafirma a qualidade de Lady Gaga como pianista, que já vinha fazendo apresentações ao vivo com o instrumento, dando nova roupagem a sucessos anteriores como “Poker Face”. No “The Fame” fomos apresentados a esta faceta da Gaga em “Brown Eyes”, mas “Speechless” tem uma densidade maior e traz a tona as particularidades de Gaga como pianista, instrumento que aprendeu a tocar ainda na infância. “Speechless” é sem dúvida uma das minhas favoritas da Gaga.

6 – Grammys 2010, Elton John e o “Monster Piano”

Parece que todos os momentos marcantes citados anteriormente fazem com que Lady Gaga chegue ao Grammys 2010. Além de sair da premiação com dois gramofones pelo desempenho de “Bad Romance”, ela foi uma das atrações musicais ao lado de ninguém menos do que Sir. Elton John! Os dois dividiram o “monster piano”, criado por ela e Terence Koh especialmente para a ocasião. O piano duplo, decorado com “monster claws” na sua tampa, trazia cada um dos artistas em uma das pontas, fazendo desta uma das apresentações mais emocionantes e mais lembradas daquele ano. Juntos, Lady Gaga e Elton John apresentaram “Speechless” e “Your Song” e só quem é fã da Lady Gaga sabe o quanto esta apresentação ao lado de Elton John, seu ídolo e amigo pessoal, foi importante para ela. Choramos juntos!

7 – Visual

Quando pensamos em Lady Gaga naturalmente lembramos de suas roupas extravagantes. Muito disso veio através da era “The Fame Monster” e de uma colaboração primorosa com o designer britânico Alexander McQueen. Como citado anteriormente, o estilista teve grande importância nesta era, afinal ela foi iniciada com o lançamento de “Bad Romance” em seu desfile! McQueen foi o grande responsável pelo visual de Gaga neste período, desde figurino dos clipes até aparições públicas da cantora. Os sapatos altíssimos com a ponta que lembra a de uma sapatilha de bailarina – criação de McQueen que aparece no clipe de “Bad Romance” – se tornaram um dos símbolos dessa era. Infelizmente, em 2010 Alexander McQueen cometeu suicídio, mas foi homenageado por Gaga no BRIT Awards daquele ano com uma performance de “Dance In The Dark”, faixa que também faz parte do “The Fame Monster”. O legado de McQueen em parceria com Gaga se estende até hoje e serviu como referência para outras artistas, como por exemplo Christina Aguilera, Nicki Minaj e Katy Perry, que repaginaram suas imagens nos anos seguintes.

8 – Alejandro

“Alejandro” é o terceiro single do “The Fame Monster” e chegou dividindo opiniões. Ele é facilmente lembrado pelo seu clipe de tons escuros, que foi dirigido pelo fotógrafo Steven Klein. Em “Alejandro”, Gaga faz alusão aos seus amantes latinos e brinca com temas religiosos, o que lhe rendeu uma acusação de blasfêmia por parte da Liga Católica. Goste ou não, fato é que “Alejandro” é um single forte e marcante e bem distinto quando comparado às demais músicas da cantora.

9 – Telephone

A grande colaboração entre Lady Gaga e Beyoncé também faz parte do “The Fame Monster”. O single, inicialmente pensado para Britney Spears, levou Beyoncé ao universo de Gaga e reforçou o impacto da cantora no mercado. “Telephone” ainda rendeu um videoclipe icônico, que literalmente quebrou a internet assim que foi lançado, derrubando inclusive os servidores do YouTube. Só quem estava esperando ansioso por ele sabe! Inspirado na estética do diretor de cinema Quentin Tarantino, este é sem dúvidas um dos videoclipes mais importantes da história música pop. E a gente? Seguimos esperando pela continuação do mesmo até hoje…

10 – The Monster Ball Tour

“A primeira ópera eletro-pop já vista”. Foi assim que Lady Gaga descreveu e anunciou a turnê de apoio ao “The Fame Monster”. Com 271 apresentações em teatros e arenas e público estimado em 2,5 milhões de pessoas, a The Monster Ball tinha um setlist para ninguém botar defeito, além de cenários itinerantes e figurinos que marcam a imagem de Lady Gaga até hoje. A turnê foi totalmente repaginada ao longo do seu curso para se adequar aos palcos maiores e foi finalizada com sucesso absoluto de bilheteria e resenhas positivas da crítica especializada. A The Monster Ball Tour foi tão marcante, que recebeu cobertura da HBO – que posteriormente a transformou em um especial de TV – e do fotógrafo Terry Richardson, que registrou todos os bastidores da turnê em um livro de fotografias. O mais interessante desta turnê foi que nas apresentações finais, Lady Gaga já vinha apresentando músicas do “Born This Way”, álbum que seria lançado na sequência!

O “The Fame Monster” é apenas um dos álbuns icônicos do mundo pop que faz aniversário esta semana, mas há mais! Na nossa POPLINE TRENDS CLÁSSICOS tem dicas e fique ligado no site para mais matérias comemorativas de projetos importantes para grandes nomes da música mundial. Siga a playlist, ouça e descubra o que vem por aí!

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