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Lady Gaga no Brasil: Em São Paulo, cantora quebra protocolos do show para cantar e provar que pode ser a Rainha

Depois de tomar muita chuva no Rio de Janeiro, o unicórnio negro aportou em São Paulo. A segunda parada da “The Born This Way Ball Tour”, da Lady Gaga, no Brasil arrastou mais de 50 mil Little Monsters e simpatizantes para o Estádio do Morumbi num domingo com dia quente e noite com tempo duvidoso.

Os shows de abertura da excêntrica Lady Starlight e dos roqueiros do The Darkness aumentaram a expectativa do público que aguardava a personalidade mais seguida no Twitter. Passava das 21h quando a cortina caiu e o castelo medieval eletrizado brilhou no gramado do tricolor paulista.

Interação com o público
“Ga-Ga-Oh-La-La. Ga-Ga-le-ra. Gagalera. Galera!”, foi assim que a cantora começou a interação com o público logo após o número “Bad Romance”. Impressionada com o público brasileiro, Lady Gaga não poupou esforços para falar em português e emocionar ainda mais sua galera. “Eu não sou uma mulher. Feminino. Eu não sou um homem. Masculino. Eu sou você.”, anunciou arrancando gritos assim como fez no Rio de Janeiro duas noites antes.

Monstrinhos sortudos da noite
Após apresentar “Bad Kids”, Gaga senta na escada do centro do palco e escolhe três little monsters do Monster Pit – a área VIP da VIP com 500 fãs que, em São Paulo, já estava fechada na madrugada do dia do show. Neste momento, muitos presentes são lançados ao palco e o que mais chamou a atenção fora uma caixa com a mensagem “Abra Agora”. Com uma simples carta, fãs agradeciam a visita da novaiorquina, que leu emocionada em voz alta. Em seguida, ela olhou para um dos seus assistentes e disparou: “Tenha certeza que eles estarão no backstage após o show”.

Surpresas na setlist
A emoção dominou a “The Born This Way Ball” com a versão acústica de “Hair” com a presença de três fãs ao lado da estrela de peruca rosa. “Muito obrigado por virem ao meu show. Tem artistas que levam mais de 10 anos para lotar um estádio e eu só tenho 4 anos de carreira”. Outra citação que fugiu do protocolo do show: “Meus fãs dizem ”Gaga, eu te amo… Canta aquela música?’, ‘Gaga, eu te amo… pode tirar uma foto comigo?”.

“Princessa Die” entrou de surpresa na setlist após os berros com o título da canção. Mas a surpresa maior veio logo em seguida com a apresentação da não tão conhecida “The Queen” – nunca apresentada na turnê. Os gritos limpos com a forte letra da canção – “Eu posso ser a rainha, que você precisa que eu seja. Esta é a minha chance de ser a dança. Eu sonhei, está acontecendo. Eu posso ser a rainha!” – era a prova definitiva que estamos numa nova era de divas e a Rainha dessa geração está rumo a Porto Alegre para sua última apresentação no Brasil nesta terça-feira, 13 de novembro.

Musical cansativo?
A interação demorada com os little monsters no palco somada à inclusão das canções “Princess Die” e “The Queen” fez a apresentação perder a dinâmica. A demora da introdução para “Americano”, em que Gaga aparece no palco com uma roupa sintética de carne, fez aparecer o cansaço, a fome e a vontade de ir ao banheiro. O público se desligou do show e só voltou a ser animado com a etapa final – a sequência dos hits “Poker Face”/”Alejandro”/”Paparazzi”.

Grande Final
Enfim, Gaga “mata a vadia” que é a viúva negra de “Government Hooker” e que deu a luz em “Born This Way”. Pronto, o reino (São Paulo?) está conquistado. Em “Scheiße”, temos Gaga e seu exército de dançarinos marcando o território conquistado com uma coreografia eletrizante. No bis, com “The Edge Of Glory”, a artista está praticamente sem voz e se esforça para concluir a coreografia acrobatica – talvez, o que justifica o fato dela sempre vomitar nos bastidores ao longo do show. “Marry The Night” representa para os Little Monsters a última chance para ter um momento único no palco. Mais cinco fãs são escolhidos para ouvir do ídolo uma mensagem positiva: “Acredite em você. Acredite em seus sonhos. Eles podem virar realidade”.

Duas horas e meia de apresentação traz uma simples e única conclusão: O formato do negócio dessa moça é diferente, às avessas. Portanto, enquanto essa proposta funcionar, vamos ver mais divas fantasiosas intocáveis inacessíveis caindo num buraco obscuro e experimentando o gosto do fracasso. Uma dessas lança disco essa semana sem nenhuma expectativa.


Crédito: Marcelo de Almeida

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