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Lady Gaga critica indústria da música: “talento é sempre o que importa?”


Lady Gaga acredita que a indústria da música precisa ser purificada. “Eu peço que todo artista seja legal com o outro, e compassivo. Vamos purificar essa indústria e botar o dedo na cara de cada executivo e dizer ‘se você está gastando dinheiro, é com alguém que realmente pode cantar? É com alguém que tem uma perspectiva?’”, ela diz, em entrevista à Billboard. “É quase engraçado ver a cara do Tony [Bennett], a maneira como ele balança a cabeça, quando eu conto no que a indústria se tornou. Essa coisa toda de remixes para a rádio, eu tenho que dizer: quando não se sente que os dois artistas estiveram juntos, realmente me machuca, porque é uma grande injustiça para o que é o encontro de dois artistas. Será que não estamos colocando muitos limites na maneira como as coisas precisam ser para entrar na rádio e impedindo que os artistas se sintam livres o suficiente para criar de verdade?”.

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A cantora acredita que não vale tudo por dinheiro e para se manter no topo. Vender a alma, nem pensar. “As pessoas pensam ‘você pode apenas se sentar ao piano sempre que quiser e escrever’, mas eu não podia escrever por anos. Para o ‘ARTPOP’, eu estava fazendo batidas em vez disso. Eu não queria estar perto do piano. Era muito emotivo. Começaria a tocar e cantar e minha mente iria para longe: ‘você é talentosa de mais para esta bosta’, ‘sua voz é muito boa’, ‘que belo acorde’, ‘que letra maravilhosa’, ‘por que você está deixando fazerem isso com você?’, ‘quando você se tornou um robô da moda?’. Ser um artista não é suficiente? Talento é sempre o que importa? Eu acho que para Adele, é. Acho que para Bruno Mars, é. Mas é isso que eu aprendi trabalhando com Tony: quando talento não é o principal, você está no caminho errado”.

Falando em Tony Bennett, Gaga é extremamente grata pela oportunidade que ele lhe deu com “Cheek to Cheek”. Trazer de volta o jazz à sua vida e redescobrir a vontade de trabalhar com prazer foi o ponto alto de 2015 para a cantora. “Tony é responsável, em muitas maneiras, por me fazer feliz, e posso dizer o mesmo do Elton [John]. Quando toda a indústria virou as costas para mim durante o ‘ARTPOP’, foram eles que me disseram: ‘hey, isso não é nada, isso vai passar’. Na turnê, eu tinha essas pessoas me dando medalhas e recordações me agradecendo por levar Tony Bennett para uma geração mais nova, porque ele mudou a vida delas de muitas maneiras. Eu quero ser parte da curadoria de uma cultura onde nós não damos créditos para alguém que é rude ou grosseiro ou não é bom para o mundo”.