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Klara Castanho relata violência sexual: “tristeza infinita”

“O relato mais difícil da minha vida”, declara a atriz

Foto: Instagram @klarafgcastanho

Neste sábado (25), a atriz Klara Castanho, de 21 anos, usou seu Instagram para publicar uma carta aberta sobre o que ela define como o “relato mais difícil da minha vida”, dizendo ter sido vítima de violência sexual.

Foto: Instagram @klarafgcastanho

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O texto a seguir, escrito pela atriz, é sensível e pode gerar gatilhos.

“Esse é o relato mais difícil da minha vida. Pensei que levaria essa dor e esse peso somente comigo. Sempre mantive minha vida afetiva privada, assim, expô-la dessa maneira é algo que me apavora e remexe dores profunda e recentes. No entanto, não posso silenciar ao ver pessoas conspirando e criando versões sobre uma violência repulsiva e de um trauma que eu sofri. Eu fui estuprada”, iniciou Klara.

Na sequência, ela relata: “Relembrar esse episódio traz sensação de morte, porque algo morreu em mim”. Segundo a atriz, a violência aconteceu quando ela não estava em sua cidade, nem perto de sua família ou meus amigos.

“Estava completamente sozinha. Não, eu não fiz boletim de ocorrência. Tive muita vergonha, me senti culpada. Tive a ilusão que se eu fingisse que isso não aconteceu, talvez eu esquecesse.”

Ainda conforme relatado, ela tenteou tomar algumas medidas, como “tomar pílula do dia seguinte e fazer alguns exames”. Contudo, mesmo fragilizada tentou seguir adiante e se manter focada na família e no trabalho. “Mas mesmo tentando levar uma vida normal, os danos da violência me acompanharam, lamenta.

Entre as inúmeras consequências da agressão, ela cita:

“Uma tristeza infinita que eu nenhuma tinha sentido antes. As redes sociais são uma ilusão e deixei lá a ilusão de que a vida estava ok, enquanto eu estava despedaçada. Somente minha família sabia o que tinha acontecido”.

Com o passar dos meses, mesmo sem mudanças físicas ou hormonais, Klara diz que começou a passar mal e, então, após realizar um exame médico descobriu estar grávida.

“Fui informada que eu gerava um feto no meu útero. Sim, eu estava quase no término da gestação quando eu soube. Foi um choque. Meu mundo caiu”, conta.

Klara conta, ainda, que se sentiu novamente violada durante o exame, mesmo contando o ocorrido. “O médico não teve nenhuma empatia por mim”.

“Eu ainda estava tentando juntar os cacos quando tive que lidar com a informação de ter um bebê. Um bebê fruto de uma violência que me destruiu como mulher. Eu não tinha e não tenho condições emocionais de dar para essa criança o amor cuidado e tudo que ela merece ter.”

Poucos dias após a descoberta, a atriz passou pelo parto e tomou a atitude que eu considera a “mais digna e humana”: a adoção legal. “Um processo que, pela própria lei, garante sigilo para mim para criança. A entrega foi protegida e em sigilo”, conta.

“Vocês não têm noção da dor que eu sinto. Tudo que eu fiz foi pensando em resguardar a vida e o futuro da criança. Cada passo está documentado de acordo com a lei.”

Klara lamentou ter sido violada por um homem e, agora, por tantas pessoas que a julgam. Com tudo, no momento está sendo amparada pela família e cuidando de sua saúde física e mental.

“Minha história se tornar pública não foi um desejo meu, mas espero que, ao menos, tudo que me aconteceu sirva para que mulheres e meninas não se sintam culpadas ou envergonhados pelas violências que elas sofrem”, finalizou a atriz.

Se você foi ou conhece alguém vítima de violência sexual, denuncie! Disque 100 — serviço de proteção a crianças e adolescentes vítimas de violência sexual — ou disque 180 — Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência. Além disso, você também pode buscar por Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAM). Confira mais informações e conheça outros canais de denúncia.

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