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Kevin o Chris lança vídeo conceitual contra a criminalização do funk


Foto: Alex Takaki

Kevin o Chris e os produtores DKVPZ uniram-se para lançar um video conceitual com remixes das faixas “Evoluiu” e “Vamos pra Gaiola” como trilha sonora contra a criminalização do funk. “Esse clipe tem como intuito valorizar esse gênero musical e repudiar qualquer tentativa de censurá-lo”, diz a descrição do vídeo no YouTube.

A narrativa que abre o clipe avisa ao espectador: “Brasil, Ano de 2050 – Em mais uma votação polêmica no plenário, o Governo decide manter em vigência a Lei número 17/2017. A medida, que já dura mais de 30 anos, continua em vigor, proibindo a produção, reprodução e distribuição do funk em todo território nacional”. O clipe tem o intuito de repudiar a censura de um gênero musical e valorizar o funk de acordo com a legislação em vigência que define o “funk como movimento cultural e musical de caráter popular”.

Acontecimentos recentes, como a prisão do DJ Rennan da Penha, idealizador do Baile da Gaiola (RJ); e a ação policial no Baile da DZ7, um dos mais conhecidos de São Paulo (na favela do Paraisópolis), atestam que 2019 e o fictício 2050 do vídeo-conceito não estão tão distantes assim.

“Eu me amarrei na história do clipe porque tem uma pegada diferente dos meus últimos vídeos. E o legal também é que pode ser uma resposta ao preconceito que o funk passa no dias de hoje, tipo aquela ideia idiota de virar crime”, diz Kevin o Chris. “É isso, papai. No futuro, o funk será um som sem rótulos ruins e um orgulho para o Brasil”, completa.

O clipe finaliza com uma declaração feita pela senadora Regina Sousa em setembro de 2017 na Comissão de Direitos Humanos: “Infelizmente nosso país passa por uma fase onde uma cultura de ódio busca sempre a criminalização daquilo que a pessoa odeia. Gostar ou não do funk é legítimo, direito de cada um, mas tentar proibi-lo ou tirar dele o grito de denúncia do cotidiano das massas do nosso país é no mínimo uma arbitrariedade (…) Espero que o funk continue seu caminho na arte e sobreviva, assim como sobreviveu o samba quando tentaram proibi-lo.”