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Kelly Clarkson

Kelly Clarkson sobre o “Meaning Of Life”: “Esse é o primeiro álbum que fiz que não liguei para minha mãe querendo desistir”

Kelly Clarkson é capa da edição especial da revista Variety que celebra o poder da mulher (“Power Of Women”). O objetivo é homenagear as mulheres com maiores esforços filantrópicos de Hollywood. A cantora é porta-voz do XQ Institute, que ajuda na educação de crianças e jovens carentes.

Na entrevista para a revista, Kelly Clarkson falou sobre a nova fase de sua carreira, lançando o álbum soul “Meaning Of Life” (27 de outubro).

Uma das músicas de maior destaque do álbum é “Go High“, inspirada na ex-primeira dama Michelle Obama. Na letra, ela usa um discurso dela. “Quando eles vão para baixo, eu vou para cima“, canta. “Lembro de ver na TV e eu apenas enlouqueci”, diz ela. “Você não precisa ser um político para ter experimentado isso. Eu acho que representa muitos de nós naquilo que você faz na vida“.

Kelly Clarkson nunca teve problema algum em percorrer o caminho do sucesso, mas ela também teve momentos muito ruins na indústria. Depois de vencer o “American Idol” em 2002, ela ficou presa em um longo contrato com a RCA Records. Ela, com frequência, brigava com os executivos para tomar sua própria direção na carreira.

Eu acho que muitos artistas têm essa história onde você sente que está sendo colocado em uma caixa“, diz Clarkson, que já vendeu mais de 25 milhões de álbuns. “Eu representava um certo caminho que eles precisavam para obter algum lucro. Tanto faz. Não é todo o artista que teve um casamento arranjado logo após uma certa situação“.

Agora com gravadora nova, o “Meaning of Life” é o álbum que ela sempre quis fazer. Segundo ela, os novos executivos permitiram total controle criativo. “Esse é o primeiro álbum que fiz que não liguei para minha mãe querendo desistir“, diz Clarkson. “E eu não sou um bebê. Eu sou forte. Há músicas sobre isso! Eu sou uma mulher muito poderosa e confiante, mas ao mesmo tempo, você simplesmente se sente abatida“, conta.

Na entrevista, Kelly Clarkson comentou a baixa que as mulheres tiveram nas paradas este ano. “Isso foi apenas uma loucura para mim“, disse ela. “Há uma série de artistas femininas que são tão fortes agora“. Ela lembra como as mulheres dominaram as paradas – em todos os gêneros – nos anos 90, ao listar alguns de seus artistas atuais favoritos: P!nk, Adele e Alicia Keys. Fora do mundo feminino, ela também adora o novo álbum de um dos integrantes mais conquistadores do One Direction: “Estou impressionada por Harry Styles. E eu me sinto uma boba por estar tão chocada“.

Clarkson tinha apenas 20 anos quando ganhou o “American Idol”, o show que mudou a TV e a ideia de fama. Quando ela perambulava dentro da casa em que os participantes ficavam, ela se recusava a usar maquiagem, mesmo quando as câmeras estavam ligadas. “Eu não tenho problemas de sair da minha casa ao natural“, diz ela. Enquanto seus companheiros acordavam cedo para meditar, ela ficava acordada a noite toda. “Eu era uma coruja da noite“, disse ela. “Eu acabava dormindo na mesa de bilhar e no sofá em outro quarto. Era tão legal. Ninguém sabia o quanto o programa se tornaria grande“, falou.

Depois de sua vitória, ela foi pressionada quando se tratava de perspectivas comerciais. Seu primeiro sucesso, “Miss Independent“, não era bem visto pela sua gravadora. “Eu tive que chorar para pegar essa música não só no meu disco, mas como o primeiro single“, revelou. “A única razão pela qual queria como o primeiro single foi porque eu me sentia bem. Todo mundo falava, ‘Não pode ser. Há muitas guitarras. Esse não é realmente o seu som. Você é a próxima Whitney Houston’. No entanto, ela não concordava. “Eu adoro Whitney Houston, mas não queria imitar ninguém“, comentou.

Quando a música foi um grande hit, ela ficou chocada quando sua gravadora agiu como se sempre tivesse apoiado. “Esse primeiro single afetou minha mentalidade”, ela revelou, “percebi que as pessoas realmente mentem”.

Em 2004, o lendário executivo Clive Davis assumiu a RCA e Clarkson pensou que talvez as coisas melhorassem. Ela não imaginava toda a briga em torno do álbum “My December“, de 2007, que ele tentou engavetar. O conflito, na verdade, começou antes disso. O grande sucesso “Because of You” também não teve apoio da gravadora. “Me diziam que a música era uma droga porque não tinha rima“, disse. “Um grupo de homens achou que era bom ficar ao redor de uma jovem mulher e intimidá-la. Foi me dito que eu deveria me calar e cantar. E então, esta é a melhor parte. Ele [Davis] me enviou a música que deveria estar no álbum, que era “Behind These Hazel Eyes”, que eu tinha escrito. Então como eu era uma compositora tão ruim?“, desabafou.

Clarkson revelou que Clive Davis ficou confuso e não percebeu que era uma composição dela. “Parece sempre que eu estou indo contra Clive Davis. Você não tem ideia de como eu fiquei animada quando descobri que ele estava no comando da gravadora. É como conhecer alguém que você idolatrou desde que você era criança e então ficou desiludido. A única vitória que vejo nos últimos 15 anos é, honestamente, o fato de que, mesmo em um ambiente incrivelmente não saudável, tivemos muito sucesso“.

Depois do fim do contrato, Clarkson sabia que precisava recomeçar, então assinou com a Atlantic Records, apesar de ter sido a única que chegou a conversar, por causa de sua proximidade com os executivos Craig Kallman e Julie Greenwald.

Além do novo álbum, a cantora será técnica da nova temporada do “The Voice” americano, mas ainda considerou um convite para a nova temporada do “American Idol”. “Cheguei a considerar o convite do ‘Idol’, mas eu não podia me separar da minha família, já que meu marido é empresário do Blake Shelton (um dos técnicos do ‘The Voice’). Para o ‘Idol’, eu teria que viajar. É animador pra mim fazer algo diferente“, contou.

Mas que tipo de técnica ela será? “Espero que eu seja um pouco como Simon Cowell“, disse ela, negando que ele é um jurado malvado. “Na maior parte, adoro a sua honestidade. Esta não é uma indústria agradável. As pessoas pensam que eu serei super legal o tempo todo. Eu sou legal. Mas eu também quero manter a realidade“, completou.

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