O álbum novo de Justin Bieber, “Justice”, traz duas gravações de áudio de Martin Luther King, pastor e ativista dos direitos civis dos afro-americanos, assassinado em 1968. Ainda que a intenção de Bieber possa ter sido boa, o popstar está sendo bastante criticado. O roteirista de TV Kirk A. Moore (de “13 Reasons Why”) escreveu o seguinte no Twitter:
“Não consigo superar Justin Bieber batizando seu álbum de ‘Justice’ e usando aquele áudio de Martin Luther King antes de fazer a transição para um resto de ‘monstro da fama’. Além disso, ninguém na gravadora pensou em dizer a ele… Não é isso. Não sei por que estou tão chateado. Mas estou chateado. É estúpido”
Críticas ao álbum questionam uso dos discursos de Martin Luther King
A voz de Martin Luther King é ouvida no álbum “Justice” antes mesmo que a voz do cantor. Ela é usada na introdução da música “2 Much”. Na faixa 7, “MLK Interlude”, novamente. “As primeiras resenhas também tratam da problemática de Bieber usar King em um álbum que aparentemente é majoritariamente sobre sua esposa Hailey”, destaca o site americano Vulture.
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De fato, as críticas estão tratando do tema. O jornal The Guardian criticou a escolha artística do cantor, e a revista Variety também. “Se você está se perguntando por que alguém achou uma boa ideia misturar o martírio dos direitos civis com a ideia de sucumbir a uma mulher gostosa, continua se perguntando”, publicou a Variety. No Brasil, o site G1 chamou de “mistura indigesta” a junção de Martin Luther King e pop romântico.
Em contrapartida, a filha de Martin Luther King, Bernice King, fez um tweet agradecendo ao cantor. “Cada um de nós, incluindo artistas, pode fazer algo. Obrigada, Justin”, escreveu. Segundo Bernice, Justin Bieber fará um trabalho em parceria com o King Center, a ONG mantida pela família para continuar legado do ativista com “mudanças sociais não violentas”.