A parceria do diretor José Padilha com o ator Wagner Moura já rendeu sucessos como “Tropa de Elite” (2007), “Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora É Outro” (2010) e “Narcos” (2015). Quase dez anos depois, eles estão unidos novamente. “Estamos tentando fazer um novo filme juntos. Mas ainda precisamos acertar os detalhes”, o cineasta revelou durante a participação dos dois em um evento em Los Angeles.
Leia mais:
- Com Wagner Moura e Kirsten Dunst, “Guerra Civil” ganha data de estreia
- “Angicos”: Wagner Moura será Paulo Freire em filme sobre o educador
- Como Wagner Moura foi parar em “Agente Oculto”?
A American Cinematheque, em parceria com o consulado brasileiro, exibiu os dois “Tropa de Elite” no cinema Aero, em Santa Monica, na última sexta (1/3). Na ocasião, José Padilha e Wagner Moura subiram no palco para falar dos longas e revelaram a nova parceria, de acordo com o jornalista e crítico de cinema Rodrigo Salem.
Tema do filme da nova parceria de Wagner Moura e José Padilha
Padilha adiantou que eles querem contar a história do assassinato do escritor bolchevique Leon Trótski no México em 1940. O autor foi morto em seu próprio escritório por um homem que conheceu seis meses antes e ganhou sua confiança. O sujeito era Ramón Mercader, agente da polícia política de Stálin, que começou a namorar uma amiga do escritor só para conseguir se aproximar e matá-lo.
Segundo Rodrigo Salem, o filme que querem fazer seria uma adaptação do livro “O Homem Que Amava os Cachorros”, do cubano Leonardo Padura. São 592 páginas sobre o caso do assassinato, contado a partir de um personagem fictício, o aspirante a escritor Iván, que atua como veterinário em Havana.
Retomada da amizade após divergência política
Vale destacar que José Padilha e Wagner Moura estavam com a relação estremecida até pouco tempo atrás. Os dois se afastaram por divergências políticas durante a Operação Lava-Jato. O cineasta chegou a fazer uma série, “O Mecanismo” (2018), que pintava Sérgio Mouro como um herói – imagem da qual Wagner discordava veementemente. Depois, diretor e ator se acertaram.
“Eu diria que o Wagner teve muito mais clareza que eu com relação à natureza da Lava-Jato. E eu tive mais clareza que ele com relação ao PT. Os dois estavam errados, na minha opinião. Mas é uma burrice você criar picuinha e estresse com um amigo por divergências em torno de política. Eu dou meu braço a torcer, e digo aqui: Wagner, você tinha toda a razão sobre a Lava-Jato. Sem problema nenhum”, José Padilha disse à revista Veja em 2022.