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Jornal americano cobra posição de feministas no julgamento de Taylor Swift contra radialista


Nesta semana acontece o julgamento da ação movida por Taylor Swift contra David Mueller. A cantora acusa o radialista de assédio sexual ao colocar a mão por debaixo de seu vestido durante um encontro de “meet & greet” antes de um show em Denver, nos Estados Unidos, em 2013.

No seu depoimento, ela disse: “Ele tocou em mim, tocou por muito tempo. Foi tempo o suficiente para eu saber que foi intencional. Ele ficou encostando nas minhas nádegas enquanto eu tentava me esquivar dele”, ela declarou, “eu me afastei o máximo que pude. Quando pensei que aquilo poderia ter ocorrido por engano, me afastei muito rápido. Foi tudo bem assustador, porque nunca tinha acontecido antes. Depois que isso tudo aconteceu, uma luz se apagou em minha personalidade”.

No meio dessa polêmica, o jornal americano HuffPost fez um questionamento. O artigo acha estranho que nenhum grupo de feministas esteja particularmente trabalhando a favor da cantora: “Eu perdi alguma coisa? Estava achando que, agora mais do que nunca, feministas eram barulhentas, presentes e defensivas. Achei que estava presenciando um movimento de mulheres e homens mais corajosos nas redes sociais, apontando as m*rdas e derrubando a misoginia. Achei que nos últimos nove meses foi construído um exército online de jornalistas e usuários do Twitter e qualquer um que falasse sobre sexismo e sua presença perturbadora na sociedade, lutando todos os dias contra os rastros de misoginia que o presidente Trump deixa e defendendo as mulheres que falam sobre isso”.

O jornal continua: “Mas tem um silêncio que incomoda. E é com Taylor Swift. Uma mulher que é constantemente atacada por ficar em silêncio, agora está sofrendo algo pior. Por mais que o assédio sexual das mulheres seja normalmente banalizado e considerado normal pelos líderes e habitantes dos Estados Unidos, foi um assédio sexual que fez Andrea Swift querer ‘vomitar e chorar ao mesmo tempo’ ao ver o olhar da filha logo após o ocorrido”.

A matéria ainda compara com o caso de Kesha: “Várias celebridades, jornalistas e pessoas do meio mostraram encorajamento, falaram sobre o desgosto com o suposto abusador (Dr. Luke). Adele demonstrou apoio à Kesha publicamente enquanto recebia um prêmio no ‘Brit Awards’, em 2016. Lady Gaga, Ariana Grande, Snoop Dogg, Kelly Clarkson, Lorde e mais um grande grupo de estrelas do pop usaram suas redes sociais para também demonstrar apoio.”

“Então, dois dias depois que um juiz de Nova York negou à Kesha uma liminar judicial, Taylor Swift doou US$250,000 para cobrir as despesas financeiras de Kesha. Legal, né? Não, ninguém achou legal. Os usuários da internet condenaram Swift por sua doação, incluindo a senhorita ‘Eu-sempre-sei-a-melhor-coisa-paradizer-na-internet’ Demi Lovato.”

“Lovato tweetou “Leve algo para o Congresso ou de fato fale sobre algo e então ficarei impressionada’. Esta atitude foi apoiada no Twitter, porque é o Twitter. E também porque é Taylor Swift, não importa o que ela faça na Terra, não pode ganhar. Mas essa é outra história que levaria páginas e páginas para contar, então vou me abster.”

A matéria vai ainda mais longe: “Swift foi atacada por ‘silêncio’ após a doação. Ela também foi atacada por seu ‘silêncio’ durante a Women’s March. Ela tweetou sobre isso, celebrando o dia e expressando o seu orgulho com todas que participaram. Mas, claro que isso não era suficiente, porque nunca é. Ela foi aniquilada por não ter comparecido à marcha local da sua cidade”.

Finalmente, o jornal volta a questionar: “Onde está todo mundo? Onde estão as poderosas feministas que eu tanto admiro, e tento ser? De repente, eles não são tão barulhentas”, escreve. “Taylor está mostrando aos homens que zombaram da vida amorosa dela e que a objetificam que eles não serão tolerados. E está acontecendo em silêncio. Mas, sabemos desde os primeiros dias de 2010 que o silêncio não segue Taylor Alison Swift por muito tempo, e não é agora que vai seguir”, completa, elogiando a atitude da cantora.

O julgamento deve durar nove dias.