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Joelma relembra violência doméstica de Chimbinha em entrevista à revista: “Perderia minha vida”

“Comprei uma máquina de choque e andava com ela na bolsa”, assumiu a cantora como medida de autoproteção contra o ex-marido

De cara limpa, em um depoimento emocionante, Joelma relata à Marie Claire sobre a violência doméstica que sofreu ao lado de Chimbinha. Foto: Foto: Coletivo Amapoa

Em um país que se estupra 1 mulher a cada 11 minutos, segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, a revista Marie Claire, na coluna “Mulheres do Mundo” decidiu falar sobre a violência contra a mulher com uma famosa, que foi humilhada pelo seu ex-marido, também famoso, Chimbinha. Na publicação Joelma relata que o seu então companheiro ficava agressivo quanto consumia bebidas alcoólicas e que o seu medo foi o componente principal para que ela mantivesse um casamento agressivo por 18 anos.

“O medo coloca uma barreira na sua frente. E muitas vezes te prende na violência”, afirma Joelma

Separada de Chimbinha desde 2015, Joelma relata que a primeira vez que foi agredida pelo parceiro foi no início do relacionamento quando os dois já namoravam há dois anos, em 2000: ” O medo coloca uma barreira na sua frente. E muitas vezes te prende na violência. Acontece que eu precisava ser feliz. Precisava escolher um lado. Escolhi a mim. Em dois anos de relação (2000). Ele me bateu no rosto e fiquei com o olho inchado. Não sei te dizer nem porquê aquilo aconteceu. Na mesma hora falei que não queria mais. Me tranquei num quarto de hotel em Belém e fiquei três dias sem sair. Eu estava com medo e teria muita vergonha se vissem meu rosto coberto por hematomas. Ele prometeu que nunca mais faria aquilo. Que se eu desse uma chance, provaria. Era o que ele sempre dizia: que não repetiria a agressão. Parecia mesmo arrependido. Acreditei”.

“Ele chegou, pegou o meu cabelo, saiu me arrastando”, relata Joelma sobre um episódio de agressão

Acreditando que Chimbinha cumpriria com a promessa, Joelma seguiu com o casamento, mas que pouco tempo depois, as agressões seguiram: “Não. Aconteceu de novo, dois anos depois. Naquela tarde ele já estava bebendo havia uns dois dias, virado. Pedi pra alguém avisar que estava passando do limite. E essa pessoa foi chamá-lo. Estávamos numa casa em Recife, que tinha um segundo andar com uma varanda sem proteção, e lá embaixo havia um muro com umas armações de ferro. Ele veio transtornado porque eu tinha mandado chamá-lo e começou a bater a própria cabeça na parede. As pessoas escutaram e pensaram que ele estava batendo a minha cabeça na parede. Uma pessoa dizia pra outra: poxa, eu queria ir lá, mas estou com medo. Até que um cantor da banda foi. Quando ele chegou, (Chimbinha) pegou o meu cabelo, saiu me arrastando e ia me jogar lá embaixo, nos ferros. O cantor o impediu. Não sei o que aconteceria comigo. Se perderia minha vida, se ficaria aleijada”.

“Comprei uma máquina de choque e andava com ela na bolsa”, comenta Joelma sobre atitude de autoproteção

Questionada sobre o que fez após esse fatídico dia, Joelma falou sem receios: “Tive receio de continuar com ele e por isso comprei uma máquina de choque. Andava com ela na bolsa. Depois dela ele nunca mais bebeu perto de mim. Não cheguei a precisar usar a máquina com ele. Ele dizia que profissionalmente me respeitavam mais do que a ele. Isso deixava ele irado. O problema era que ele não podia ser contrariado. Juntava a bebida a isso, e pronto”.

Ao final da entrevista Joelma deixou uma mensagem para as mulheres que também enfrentam agressão doméstica: “Existe um certo medo, né? Não tem de ter medo. A mulher tem de falar sobre o assunto. E não pode naturalizar a agressão, não pode aceitar que é normal. Quando era criança, ia pra casa dos meus vizinhos e via que era diferente. Não tinha a violência que tinha na minha casa. Tinha é amor. E percebia que a minha casa era a exceção. A exceção ruim. É a mesma coisa com a mulher. Ela tem de saber que está vivendo a exceção ruim”.

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