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Leonardo Torres

“JB5”: o que esperar do próximo álbum de Justin Bieber?

Parei para pensar e já faz mais de dois anos que Justin Bieber nos presenteou com “Purpose”. Lançado em novembro de 2015, o disco vendeu mais de seis milhões de cópias mundialmente e recebeu quatro indicações ao Grammy Awards, incluindo Álbum do Ano (perdeu para Adele). Sem dúvida, esse foi o trabalho que reposicionou o cantor no mercado e marcou sua transição para o pop adulto. Justin deu adeus ao universo teen e passou a ser ouvido por quem jamais pensou em escutar “aquele menino de ‘Baby'” (eu já havia me rendido desde “Believe” e acho “Journals” uma joia). O álbum é um verdadeiro hinário, se você pensar que estão ali “Where Are Ü Now”, “What Do You Mean?”, “Sorry” e “Love Yourself”. Essas três últimas foram nº1 nas paradas de tudo quanto é país e acumularam certificados multiplatinados. Justin agora tem uma senhora responsabilidade: suceder tamanho sucesso. Eu confio. Dos artistas de sua geração, ele é de longe o mais bem sucedido. Antes, essa frase significava apenas quantidade – de singles vendidos, shows esgotados, seguidores nas redes sociais – mas hoje ela significa também qualidade. Justin apresenta o corpo de trabalho melhor concebido: sofisticado mas massivo.

O que esperar do próximo álbum? Difícil de responder. Desde “Purpose”, Justin Bieber tem experimentado de tudo um pouco. Gravou bastante EDM, algo que ele pareceu gostar, hip-hop e até reggaeton em espanhol. Não se esqueça que foi com ele que “Despacito” passou 16 semanas no topo da Billboard Hot 100 e igualou o recorde histórico de “One Sweet Day”, gravação de 1995 de Mariah Carey e Boyz II Men. Então, tirando pelas colaborações, o que dá para concluir é que o popstar está aberto a experimentações e parcerias. Sabe-se, por exemplo, que existe uma música gravada com J Balvin e produzida por Skrillex, o que faz todo sentido se você leu bem esse parágrafo até aqui. A chamada ‘música urbana’ parece um caminho coerente para o canadense. Há rumores também sobre canções com The Chainsmokers e Martin Garrix. Com Max Martin, não, porque Justin prefere algo mais autêntico do que as fórmulas do hitmaker. Recentemente, Justin foi fotografado correndo com Nasri, vocalista da banda Magic e co-autor de “All Around the World”, “As Long As You Love Me”, “Believe”, “Mistletoe” e “Never Say Never”, entre outras músicas queridas dos fãs. É outra pista.

Eu disse correndo? Tem isso. Justin Bieber mudou completamente seu estilo de vida. Quando concebeu “Purpose”, ele era um adolescente que levava uma vida de festas regadas a drogas e orgias, amigos com ficha criminal, badernas e muitas polêmicas. Hoje em dia, ele leva uma vida aparentemente mais saudável, pratica esportes com frequência e o pastor da igreja se tornou seu melhor amigo. Sim, Justin Bieber é crente e tem uma vida religiosa, acompanhado da namorada Selena Gomez. Prestes a fazer 24 anos, ele leva uma vida completamente diferente (e até voltou a aceitar tirar fotos com os fãs), o que sempre reflete de alguma maneira em uma obra artística. Seu estado de espírito é outro. No ano passado, por exemplo, o produtor Diplo lançou uma música chamada “Bankroll”, na qual Justin cantava sobre fumar maconha e beber demais. O áudio em seguida foi deletado e repostado sem a participação do cantor. Obviamente, Justin pediu para ficar de fora disso. São temas que não casam mais com seu lifestyle, e tudo bem, porque ele não é obrigado a nada.

Gosto também do foco do cantor (algo impensável há alguns anos, quando era totalmente indisciplinado). Depois de cancelar um monte de shows de estádios na reta final da “Purpose Tour”, ele não ficou por aí criando factóides para ser notícia e se manter em evidência. Note que falamos muito menos de Justin Bieber hoje do que há seis meses atrás. Ele realmente saiu de cena. As notícias são todas sobre seu namoro com Selena Gomez, porque isso dá audiência, mas não é algo que ele esteja provocando. Os dois nem postam fotos juntos. Talvez você não saiba, mas Justin foi convidado para se apresentar no Grammy deste ano, por conta do sucesso de “Despacito”, e declinou a oferta. Disse que não vai fazer aparições televisivas até finalizar o disco. Eu chamo isso de comprometimento. Cancelou a turnê, então que faça o melhor álbum possível. No tapete vermelho do Grammy, Luis Fonsi disse: “ele está gravando o álbum dele, falei com ele ontem”. São poucos os artistas que dizem não para o Grammy. Mas, de fato, dar pinta na TV não vai fazer o disco ficar pronto mais rápido.

Tempo, aliás, é uma questão. Eu não acredito que ouviremos o “JB5” ainda em 2018, com toda sinceridade. Uma fonte próxima ao artista disse ao site The Blast que ele ainda está em estágio inicial com o processo criativo, ouvindo alguns sons e registrando algumas ideias avulsas em estúdio. Não há prazo para entregar um disco novo. Eu acredito. Justin Bieber passou 2014 e 2015 inteiros criando o “Purpose”. Ele chegou a engavetar um álbum completo no meio do processo. Creio que, começando agora, a gente deve ouvir essas músicas só em 2019. Ele não tem porque correr. Dar um descanso para sua superexposição é inteligente. 2016 e 2017 foram anos de recordes e mais recordes, com suas próprias músicas competindo entre si nas paradas. Take it easy.

A expectativa para o próximo passo de Justin Biber é grande e nós aqui no POPline claramente acompanharemos tudo com olhar atento. Alguém duvida que esse cara ainda vai fazer o show de intervalo do Super Bowl algum dia? Talvez o próximo álbum o coloque como opção na mesa da NFL. Apesar dos mais intensos altos e baixos que ele passou em sua vida pessoal, sua carreira artística nunca teve uma curva negativa. Independente do que ele nos entregue no fim desse percurso, estarei interessado em ouvir. Ele não tem decepcionado musicalmente nos últimos anos. Tem crédito comigo e deveria ter com todos vocês também. Quem ainda tem resistência com seu trabalho não sabe o que está perdendo.

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