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Jau diz que foi barrado em restaurante e alega racismo; estabelecimento nega

Cantor compartilhou vídeo falando sobre o caso

Jau. Foto: Reprodução de Vídeo

O cantor Jau utilizou as redes sociais para denunciar um episódio de racismo que teria vivenciado ele e sua equipe em um restaurante de Salvador, na Bahia, na última quinta-feira (2). De acordo com o músico, ele teria sido barrado de entrar no Sette Restaurante, localizado na Barra. Em nota, o estabelecimento impediu a entrada do artista informou que adota um código de vestimenta formal e que havia um de seus convidados utilizando uma bermuda. No vídeo o artista relata o ocorrido:

Minha gente, com toda humildade do planeta terra, eu acho que um cidadão vestido dessa forma pode entrar em qualquer ambiente, independentemente da cor dele. Vestido dessa forma só pode ser barrado no ambiente se houver algum problema racial, se houver algum problema de índole ou se houver algum problema com essa pessoa, que não é meu caso, eu ainda sou artista da terra”, disse ele, mostrando sua vestimenta, no vídeo que circula nas redes.

De acordo com o site G1, Jau procurou a delegacia da Barra para registrar o caso nesta sexta (3). Já o restaurante emitiu uma nota contando uma versão diferente da relatada pelo artista. O restaurante informou que adota um código de vestimenta formal, cujas regras estão fixadas na entrada, e que um amigo dele estaria de bermuda, o que contraria a norma. No entanto, no vídeo que circulou nas redes sociais, Jau conta que a discriminação teria sido pela roupa dele.

No vídeo, Jau aparece com uma calça preta, camiseta e um casaco igualmente pretos. O cantor estava de sapato, chapéu e óculos escuros. “Não, gente, não é a indumentária. Faltavam-me, talvez, olhos azuis e cabelos loiros. Não os tenho – não culpo quem os tem –, mas não os quero ter. Mas preciso da minha liberdade de ir e vir. E hoje, o restaurante Sette foi preconceituoso comigo e com a minha equipe, não deixando a gente adentrar ao espaço. Não é um lugar democrático, não é um lugar frequentável, é um lugar racista“, argumentou ele.

No perfil oficial do restaurante no Instagram é especificado o que é autorizado vestir no local. De acordo com as regras, não é bem vindo quem estiver usando boné, bermuda, roupa de banho, regata e chinelo.

Confira nota na íntegra:

“Nesta quinta-feira (02), o cantor e compositor Jau externou sua insatisfação em ter sido impedido de entrar no Sette Restaurante, alegando que o motivo foi de natureza racista por parte da equipe de funcionários do Sette.

Ocorre que, vale esclarecer que o segurança da casa informou ao acompanhante de Jau que o restaurante adota um código de vestimenta formal, inclusive mostrando placa afixada na porta do estabelecimento.

Em imagens capturadas pelas câmeras de segurança do Sette, vê-se claramente que o acompanhante do cantor não estava usando vestimentas de acordo com o dress code estabelecido (usava bermuda), bem como chapéu utilizado pelo artista, motivos estes que levaram o segurança a informá-lo da necessidade de adequação para acesso ao local.

Não há impedimento legal para que bares e restaurantes privados estabeleçam seus códigos de vestimenta (ou dress code), desde que o deixem claro na entrada do estabelecimento, sites e mídias sociais, de modo que o consumidor possa ser previamente informado. Trata-se de aplicação prática do direito à informação previsto no art. 6º, III do CDC.

O Sette Restaurante esclarece que abomina qualquer ato racista ou discriminatória, prezando por sua conduta democrática e inclusiva, e reforça que apenas existe um dress code para ingresso na casa.”