Sorocaba revela que alguns artistas têm feito uso deste expediente e conquistado números de forma não orgânica.”Já, já, vai estourar uma bomba disso”, ele diz. Sem citar nomes, o cantor conta à publicação que foi procurado por uma pessoa que ofereceu a oportunidade de colocar sua música no topo do Spotify por R$ 35 mil. À época, uma de suas canções encontrava-se na 27ª posição, com alcance de 200 mil reproduções diárias. Para dobrar a quantidade de execuções e alcançar o 1º lugar, o vendedor usaria um mecanismo chamado bots, que são aplicações autônomas que rodam na internet enquanto desempenham algum tipo de tarefa pré-determinada (como duplicar o número de plays).
A postura defensiva de Sorocaba fez com que o vendedor cravasse quem seria o líder da parada na semana seguinte. E para a surpresa do cantor, de fato o artista mencionado bateu no 1º lugar e permaneceu por algumas semanas no Top 10. “Os números digitais são muito loucos. Não dá para medir a força do artista só pela plataforma, é preciso fazer um ‘cross over’ danado. Isso porque ter seguidores não quer dizer engajamento e, muitas vezes, números do digital mentem”, explicou.
Após a denúncia, a reportagem do jornal teria procurado os representantes do Spotify e do YouTube para mais esclarecimentos. Sem mencionar o episódio relatado por Sorocaba, a assessoria do Spotify relatou: “Possuímos diversas medidas para detectar esse tipo de ação em nosso sistema, monitorando o consumo no serviço para investigar, analisar e lidar com essa atividade inaceitável na indústria musical. Continuamos investindo pesado no aprimoramento desses processos e na melhoria dos métodos de detecção e remoção dessas atividades, reduzindo o impacto em produtores de conteúdo que são legítimos, além de detentores de direitos e nossos milhões de usuários.”
Por sua vez, o Google (que detém os direitos do YouTube), seguiu o mesmo padrão de resposta do Spotify. “Qualquer ação que aumente de maneira artificial o número de visualizações, marcações com ‘Gostei’, comentários ou outras métricas, seja por meio do uso de sistemas automáticos ou da reprodução de vídeos a espectadores que não querem vê-lo, é contrária aos nossos termos.” Segundo o canal, é proibido postar conteúdo criado apenas para incentivar a interação dos espectadores. “Vídeos e contas que violarem esses termos serão encerrados e removidos do YouTube.”
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