O público do Rock in Rio obedeceu o chamado e chegou mais cedo à Cidade do Rock em Lisboa neste domingo (30). O último dia do festival teve o cronograma alterado por conta do jogo da seleção Portuguesa na Copa do Mundo de Futebol.
Antes da derrota amarga para o Uruguai, o público português pulou e cantou com Ivete Sangalo. O show da baiana no Palco Mundo foi antecipado para às 16h45 e os fãs do festival chegaram bem cedo. A extensão do Palco estava completamente lotada quando Ivete subiu ao palco. O coro da multidão ecoava: desde os clássicos, como “Festa”, até as mais recentes, como o single “No Groove”.
O fato é que Ivete tem uma intimidade com os portugueses como nenhum outro artista brasileiro talvez tenha, afinal de contas é a oitava vez dela no Rock in Rio Lisboa. “Depois que tive meus filhos, busquei fazer só shows especiais, emblemáticos para mim. O Rock in Rio é um festival parceiro e faz parte da minha carreira.”, disse ela super empolgada ao público. Em seguida, ela revelou que Marcelo, seu filho de 8 anos, queria acompanhá-la porque ama Portugal. “Ele me disse, minha mãe até meia hora em Portugal vale a pena!”, falou, levando o público ao delírio.
Ivete também fez piadas sobre o tradicional Pastel de Belém, que estava louca para comer. “Vira tudo leite materno, né?”, brincou. Ela interagiu com o público ao longo das 18 canções apresentadas, num show que durou cerca de uma hora. A grande surpresa veio no meio da apresentação: Daniela Mercury. “Todo artista precisa ter uma referência e ela é minha”, disse Ivete, ao convidar a amiga para cantar o hit “Canto da Cidade”. Pela primeira vez na história do Rock in Rio, a noite do Palco Mundo é 100% feminina: além de Ivete, as americanas Hailee Steinfeld e Katy Perry e a britânica Jessie J deram conta de arrastar uma multidão para o último dia da edição portuguesa. É um momento histórico e Ivete falou mais a respeito em entrevista exclusiva ao POPline, logo após o show.
Com dançarinos hiper-ensaiados, banda orquestrada e presença de palco, Ivete não precisou se preocupar com o fato de fazer um show diurno. Tem sido um desafio para artistas pop, que estão em turnê por locais abertos pela Europa neste verão, devido o anoitecer chegar apenas depois das 21h. Sem a possibilidade de pirotecnia e truques de luzes, a produção da Ivete articulou papel picado em dois momentos do show, mas priorizou a musicalidade e energia da artista. O resultado? público pulando do começo ao fim sem se preocupar ou exigir uma experiência visual megalomaníaca. A grande vantagem da artista baiana é que sua escola é o trio-elétrico, uma experiência muito mais sonora do que visual. Portanto, para quem passa 6 horas arrastando uma multidão só com o poder da música, consegue lidar com a ausência de elementos que muitos artistas internacionais não conseguem viver sem.