O “X” da questão.
O “It’s On” de hoje não fala do que deu errado como os anteriores. O negócio é aplaudir quem faz o certo. Porém, este texto não contém dicas, muito menos funcionará como uma cartilha com as verdades absolutas e infalíveis no show business. Portanto, preparem-se para a revelação a seguir: não tem fórmula para fabricar hits, tampouco para formar grandes estrelas.
Na era da música digital e dos downloads ilegais, se dá melhor quem consegue prender a atenção da audiência. Não basta fazer música boa, hoje em dia a exigência é bem maior. Não basta mudar o corte de cabelo ou aprontar alguma na noite… no português popular e objetivo: tem que rebolar!
Os álbuns que eu mais curti durante este ano não fizeram muito sucesso, numericamente falando. Pixie Lott ainda é uma quase-anônima no mercado norte-americano, Cheryl Cole teve seus azares no meio do caminho e a Christina Aguilera ainda não emplacou com seu cd biônico. Mas não estamos aqui para falar das minhas preferências, certo!?
Existe um fator “x” no mercado pop. Um brilho, um quê a mais, saca!? É preciso causar reações, sejam elas favoráveis ou não. Ok, eu estou falando abstratamente, vamos exemplificar!
Num passado bem recente, fomos contaminados por “Single Ladies”. E digo isto no bom sentido, aliás num ótimo sentido. Além da canção ter feito um estrondoso sucesso radiofônico, todo mundo pareceu gostar e querer compartilhar com o mundo a coreografia. Até Joe Jonas se rendeu ao fantástico mundo do youtube ao som do hit de Beyoncé.
Katy Perry é a número 1 com “California Gurls”. Confesso que quando ela surgiu, fiquei desconfiada. Achei que ela seria sempre lembrada como a garota que beija outras. Me enganei feio. “Hot’n’Cold” me conquistou, seguida da baladinha gostosa “Thinking Of You” e “Waking Up In Vegas” que fechou o ciclo de singles do seu primeiro álbum.
O mais bacana neste lance da Katy é a evolução, tanto vocalmente como em sua performance como um todo. Vamos esquecer o crime cometido contra “Like a Virgin” no VMA 2007! Depois do MTV Unplugged, Katy mostrou significativa evolução vocal. A partir de “California Gurls”, ela não apenas executou um golpe de mestre colocando sua canção como hino do verão americano, mas provocou sensação. Aos montes surgem versões para a faixa. “California Gays” é meu preferido, mas tem para todos os gostos e faixas etárias – sim, vovôs resolveram dançar e compartilhar com o mundo, o por quê ninguém sabe…mas enfim, tá valendo!
Sobre discussão acerca de “TiK ToK”, eu me abstenho. A canção tem seus méritos, não é número um por acaso. Além do mais o videoclipe com o “vilão” Snoop Dogg é divertido e colorido na medida certa.
Todo popstar que se preze tem que ter seus bafões e conteúdo… tem que saber se reciclar mesmo. Sobrevivência é o “x’ da questão. Sinead O’Connor até hoje suspira de saudades de seus tempos áureos – joga no Google o nome da moça, porque agora eu peguei pesado com a antiguidade do fato.
Katy Perry veio para ficar por ter despertado este interesse no público. O que era para ser uma resposta a Jay-Z, Alicia Keys e os nova-iorquinos, tornou-se o grande hit do momento. Aí está meus amigos, a equação perfeita.