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Is This It: há 20 anos os Strokes “salvavam o rock” com seu álbum de estreia

Foto: Reprodução

Você consegue lembrar-se de quando ouviu “Last Nite” pela primeira vez? Há 20 anos os Strokes “salvavam o rock” com seu álbum de estreia ao trazer de volta o rock de garagem. O som único de Is This It e a imagem um tanto ousada da banda contribuíram para uma espécie de revolução no espaço da música alternativa.

Foto: Roger Woolman

Com datas de lançamento diferentes pelo mundo (julho na Austrália, agosto no Japão e Europa, outubro nos Estados Unidos), Is This It foi considerado um marco do renascimento do rock and roll na cidade de Nova York. Outros chamavam a banda de “a mais nova encarnação do Velvet Underground”. Independentemente disso, Is This It tem algumas características (controladamente caóticas) que o diferencia de seus contemporâneos.

Entre eles estão os duelos de guitarras de Albert Hammond Jr. e Nick Valensi, ambos trocando o ritmo e a liderança do verso para o refrão. O groove é mantido pelas linhas de baixo sensíveis de Nikolai Fraiture e pela bateria hermética do brasileiro Fabrizio Moretti. Mas talvez o mais impactante de tudo seja a voz distinta e o som ligeiramente carbonizado do vocalista Julian Casablancas.

Antes de serem catapultados para o cenário mundial, os Strokes se reuniram com Gordon Raphael, proprietário e engenheiro do estúdio Transporterraum, com sede em Manhattan. O EP The Modern Age foi gravado com abordagem rápida e suja: três microfones na bateria, um microfone para cada guitarra e baixo e um microfone ambiente. Isso deixou um microfone para os vocais. Sala montada, e a banda gravou todos os takes ao vivo.

Este era o segredo do som caótico dos Strokes: gravações com “eficiência bruta”, com todos tocando ao mesmo tempo. Apenas o vocal não seria gravado ao vivo. E eles usaram todos os meios necessários para alcançar o som certo, especialmente quando se tratava de microfonar a bateria. Junto com as tendências experimentais de Gordon Raphael, esta abordagem ajudaria os Strokes a encontrar ouro.

Além do som coeso, a performance vocal define Is This It. Uma parte considerável do impacto do vocal é o próprio Julian Casablancas, mas é a textura de sua voz e como ela foi mixada que gera o encanto. É simultaneamente moderno e vintage, homenageando aqueles que vieram antes e pavimentando o caminho para os que viriam.

Produção minimalista que influenciou bandas no mundo inteiro

Ao todo, Is This It levou seis semanas para ser finalizado e custou míseros US$ 20 mil para ser produzido. Entretanto, os hinos do rock lo-fi receberiam aclamação da crítica e abririam caminho para outras bandas em todo o mundo. Adicione o conteúdo lírico e o álbum toma forma como uma representação única da vida de um jovem de 20 e poucos anos e entediado na cidade de Nova York.

O álbum preparou o palco para uma revolução na música alternativa. Forneceu uma nova abordagem sobre composição, sons e texturas. Bandas de Nova York, incluindo Yeah Yeah Yeahs, LCD Soundsystem e Interpol, explodiram na cena em seu rastro. Do outro lado do Atlântico, os Strokes influenciaram Arctic Monkeys e Franz Ferdinand. Mesmo hoje, 20 anos depois, a influência de Is This It é claramente pintada no espectro do indie rock.

Acima de tudo, o sucesso de Is This It prova que ter os melhores equipamentos nem sempre é a chave para um som excelente – embora certamente ajude! Para este trabalho, o que importou foi uma dedicação inabalável à perfeição, um ensaio incansável, escolhas de produção arrojadas e o aproveitamento do equipamento e do espaço disponíveis.

Vinte anos atrás, os Strokes se propuseram a fazer um disco que soasse como um disco vintage que você encontraria no futuro. Usando o pouco equipamento que tinham disponível, um estúdio sombrio e um produtor underground, eles acertaram o alvo. Ponha o Is This It para tocar hoje e você ouvirá um som vintage bem aqui no futuro. E, nas palavras do produtor Gordon Raphael, “músicas bem elaboradas nunca saem de moda – não importa de que época sejam”.

Is This It passou no teste do tempo com todo louvor e reconhecimento possíveis.

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