A Netflix ficou muito feliz em 2022 com o sucesso de “Wandinha”, que se tornou um fenômeno global e quebrou recordes de audiência na plataforma. Mas a atriz Jenna Ortega, protagonista do programa, nunca se sentiu exatamente feliz ou orgulhosa deste trabalho. Ela admite, inclusive, que pode ter sido antiprofissional nos bastidores da série.
“Eu não gosto de me assistir, mas eu sempre volto do set e digo ‘a cena que gravamos hoje parece ter ficado boa’. Com ‘Wandinha’, não havia nenhuma cena que eu pensava que estava legal. Agora muitas pessoas me conhecem por causa disso. Não é um dos meus momentos mais orgulhosos, internamente, o que acaba adicionando um nível extra de insegurança e estresse. Eu finalmente estou conseguindo essas ofertas para papéis que eu almejo, mas não quero ser reconhecida especialmente por aquilo [Wandinha]”, desabafa, em entrevista ao podcast “Armchair Expert with Dax Shepard”.
Leia mais:
- The Weeknd e Jenna Ortega estrelarão novo filme
- Jenna Ortega fala da possibilidade de Lady Gaga no elenco de “Wandinha”
- Wandinha Addams tem mais de um milhão de ouvintes mensais no Spotify
- “Bloody Mary”, da Lady Gaga, agora é oficialmente trilha da série “Wandinha”
Jenna Ortega decidiu mudar falas de “Wandinha” por conta própria
A atriz relata embates com o produtor e diretor Tim Burton e também com os roteiristas. Ela se sentiu “muito protetora” com a personagem e não concordou com vários dos direcionamentos dados pela equipe criativa. Jenna diz ter mudado várias das falas da personagem no set, passando por cima dos roteiristas. “[O texto original] Não fazia sentido para a personagem, de jeito nenhum”, lembra.
“Estar em um triângulo amoroso não faz sentido. Tem uma fala sobre esse vestido, que ela tem que usar para um baile na escola. Ela diz ‘meu Deus, eu amei! Não posso acreditar que disse isso. Eu literalmente me odeio’. Eu pensei: ‘não, não dá’. Havia vezes no set que eu ficava completamente antiprofissional, no sentido de que comecei a mudar os diálogos. Os roteiristas diziam ‘pera, o que rolou com a cena?’ e eu tinha que explicar, porque não poderia fazer algumas coisas”, detalha Jenna Ortega.
Leia mais:
- Fim da espera! “Wandinha” é renovada para 2ª temporada
- Lady Gaga e Wandinha: entenda o “revival” de “Bloody Mary” nas paradas
- Jenna Ortega grava filme com ator de “Wandinha”
- Jenna Ortega, a Wandinha, foi ao pagode antes de ir embora do Brasil
A protagonista tem várias questões com o roteiro de “Wandinha”. Apesar do sucesso que o programa se tornou na Netflix, ela acredita que há muitos déficits na história. “Você não pode conduzir uma história sem ter um arco emotivo, porque fica chato e ninguém gosta“, opina a atriz.
A dança viral também deu dor de cabeça
Em entrevistas de 2022, Jenna Ortega já havia revalado que gravou a famosa cena de dança no baile da escola Nevermore quando estava com Covid-19. O resultado do exame saiu depois, mas os sintomas já estavam ali. Na época, ela se sentia muito sobrecarregada e pediu para Tim Burton não contratar nenhum coreógrafo. Preferiu ela mesma inventar uma dancinha. “Parei de confiar na opinião externa”, explica.
“Inicialmente, era para ser um flash mob, e ela deveria começar a dançar e todos perceberiam e começariam a dançar com ela. Eu vetei. Por que ela concordaria com isso? Eu falei ‘ou corta ou manda Wandinha nocautear alguém. É isso'”, revela.
Até a popularidade de “Wandinha” incomoda Jenna Ortega
Como a atriz não se orgulha desse trabalho, ela fica um pouco incomodada que seja justamente essa série que tenha bombado. Jenna diz que “desconsidera totalmente” as indicações que recebeu ao SAG Awards e ao Globo de Ouro. “Oh, o público em geral deve ser tão fácil de agradar”, solta no podcast.
Em outra entrevista, falando com a revista Elle, Jenna lembra a todos que é introvertida. A fama não é exatamente o que a interessa. Ela ficaria feliz se pudesse atuar, dirigir e escrever filmes sem sair de seu jardim. “Eu não tenho que fazer isso nessa grande escala”, pontua, “ultimamente, todo o outro lado do meu trabalho às vezes me faz sentir quase como se não valesse a pena”.
“Não quero me sentir como um outdoor ambulante, o que é muito, muito, muito assustador, porque você tem cada vez menos controle de sua vida. Eu sinto que vi e conheci muitas pessoas que sucumbiram a essa pressão. Não quero pertencer a nada nem a ninguém”, dispara.
