A Indústria Fonográfica Global em 2020 apresenta crescimento com forte apoio do streaming em alguns dos principais mercados musicais, apesar da pandemia.
O relatório da The Recording Industry Association of America® (RIAA), divulgado ontem (10), revelou em um novo relatório que no primeiro semestre de 2020, as receitas de música gravadas nos EUA cresceram 5,6%, para US$ 5,7 bilhões em valor de varejo, ou seja, para o consumo geral de música, continuando as tendências de crescimento positivo dos últimos anos. O valor de streaming de música cresceu para 85% do mercado, em comparação com 80% no ano anterior.
De acordo com informações do MBW, no início desta semana a indústria fonográfica da Espanha divulgou que teve um aumento na receita de atacado (ou seja, o dinheiro voltando para as gravadoras e artistas), de 4% no primeiro semestre deste ano.
Esse anúncio positivo seguiu-se às notícias do mês passado de que a indústria de música gravada da Alemanha cresceu 4,8% nos primeiros seis meses de 2020 no varejo.
De acordo com a RIAA, as receitas do primeiro semestre, no atacado, cresceram 5,1%, para US$ 3,7 bilhões. Já o aumento de 5,6% nas receitas de varejo representou um aumento de US$ 302,2 milhões em relação ao mesmo período dos primeiros seis meses de 2019.
Fonte: RIAA – Mid Year 2020
A receita total de streaming (incluindo assinaturas, anúncios suportados, on-demand e engajamento passivo) cresceu 12% para US$ 4,80 bilhões no primeiro semestre de 2020 – um aumento de US$ 512,3 milhões no primeiro semestre de 2019.
Se o streaming nos Estados Unidos mantiver esse ritmo no segundo semestre de 2020, esse formato deve gerar mais de US$1 bilhão de dólares a mais do que em 2019 ao longo do ano.
Fonte: RIAA – Mid Year 2020
A receita de assinatura paga (incluindo assinaturas de nível limitado) cresceu 14% (+ US$ 470,4 milhões) no primeiro semestre de 2020 para US$ 3,79 bilhões, de acordo com o relatório da RIAA , respondendo por 67% da receita total da indústria no período.
O número de assinaturas pagas de serviços de streaming de música nos Estados Unidos também continuou a aumentar rapidamente no primeiro semestre de 2020.
O número médio de assinaturas foi de 72,1 milhões, um aumento de 24% em relação ao primeiro semestre de 2019 (58,2 milhões). Esse número reflete o acréscimo de mais de 1 milhão de assinaturas líquidas por mês, em média.
As receitas de streaming de música com anúncios (de serviços como YouTube, Vevo e a versão gratuita do Spotify) cresceram 3% ano a ano para US$ 421 milhões no primeiro semestre de 2020.
Com resultado direto relacionado também ao período da pandemia, a receita combinada gerada por álbuns de vinil e CD caiu 22,6% nos primeiros seis meses de 2020, para US$ 375,5 milhões.
“Houve um impacto significativo do varejo de música e medidas de fechamento de locais em torno da Covid-19, já que as quedas no primeiro trimestre de 2020 foram significativamente menores do que no segundo trimestre em comparação com seus respectivos períodos no ano anterior”, afirma a RIAA.
A receita do álbum de vinil de US$ 232 milhões foi de 62% da receita física total, marcando a primeira vez que o vinil ultrapassou os CDs nesse período desde os anos 1980, embora ainda representasse apenas 4% do total das receitas de música gravada.
Fonte: RIAA – Mid Year 2020
O presidente e CEO da RIAA, Mitch Glazier, disse: “Estes são tempos historicamente difíceis: o setor de música ao vivo está fechado; a gravação em estúdio é limitada; e milhões de americanos estão sem trabalho em toda a economia.
“Embora estejamos satisfeitos que os anos de trabalho árduo e recursos que investimos em streaming estejam impulsionando o crescimento das assinaturas pagas, o relatório de hoje demonstra quanto trabalho resta para alcançar um ecossistema musical sustentável e saudável para criadores de música e fãs.
Devemos continuar trabalhando para ajudar a manter a música ao vivo e locais, apoiar os trabalhadores de show e músicos de sessão e garantir um pagamento justo pela música em todas as plataformas digitais. Apesar de todos os desafios da pandemia, uma coisa claramente não mudou – os fãs ainda amam música”.
Confira o relatório completando acessando aqui.