O barracão que abrigava a escola de samba Unidos do Viradouro, situado na Cidade do Samba, zona portuária do Rio de Janeiro, amanheceu pegando fogo nesta quinta-feira (30). De vários pontos da cidade era possível avistar a fumaça escura. Os bombeiros foram acionados e conseguiram controlar o fogo por volta das 9h30. Devido ao isolamento social implementado na cidade, não houve feridos.
“Ainda muito prematuro falar o que aconteceu. O que podemos dizer que é mais importante é que não há vítimas. A escola está praticamente parada, respeitando o isolamento social, tinham dois ou três funcionários chegando para produção das máscaras. Os primeiros que chegaram agiram rapidamente”, disse o diretor de carnaval Dudu Falcão em entrevista ao site Carnavalesco.
Em uma prévia avaliação dos estragos no barracão da agremiação campeã do carnaval deste ano, houve a perda total do sexto carro alegórico (das “Ganhadeiras de Itapuã”), além de um tripé, bem como o terceiro andar do barracão, que abriga as salas do setor administrativo.
Neste período de quarentena, as escolas de samba vinham produzindo máscaras para proteção contra o coronavírus. Mas, no momento do incêndio, os três funcionários que estavam trabalhando nesses últimos dias ainda não estavam no local. De acordo com Falcão, “o almoxarifado não foi afetado e a princípio o material para produção de máscaras não foi atingido”.
Às vésperas do carnaval de 2011, um incêndio de grandes proporções atingiu quatro barracões da Cidade do Samba: das escolas de samba Portela, União da Ilha do Governador, Grande Rio e o da própria Liesa (por uma triste coincidência, a Viradouro está instalada no barracão pertencente à Liesa). À época, a Secretaria municipal de Saúde confirmou que apenas um homem de aproximadamente 30 anos deu entrada intoxicado no Hospital Souza Aguiar, no Centro, depois de ter inalado grande quantidade de fumaça.
A escola mais prejudicada foi a Grande Rio, que perdeu praticamente seu carnaval inteiro (alegorias e fantasias). A União da Ilha teve algumas alegorias comprometidas e a Portela perdeu uma boa parte de suas fantasias. As três escolas se recuperaram e participaram dos desfiles, mas não foram julgadas e tiveram a vaga assegurada no Grupo Especial.
A Viradouro anunciou na semana passada o enredo que levará para a Marquês de Sapucaí em 2021. “Não há tristeza que possa suportar tanta alegria”, desenvolvido pelos carnavalescos Marcus Ferreira e Tarcísio Zanon, promete ser uma releitura do carnaval carioca de 1919, referenciado por livros de História como o maior do século passado. À época, as pessoas foram às ruas comemorar o fim da pandemia da gripe espanhola.
A agremiação de Niterói tentará o bicampeonato traçando um paralelo daquele carnaval com o que pode vir a ser a folia em 2021, caso o mundo vença a pandemia do coronavírus. Veja a logo do enredo e repare o detalhe no rosto do pierrô: