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Qual seria o real impacto do retorno da Anahí à música pop?


Anahí fez alguns posts no feed e nos stories do Instagram na noite de segunda (10/8) e seu nome alcançou o 1º lugar na lista dos trending topics do Twitter no Brasil rapidamente. Simples assim: um pequeno gesto impactou o fandom e fez dela o assunto mais comentado da noite. O burburinho gerou uma questão: qual seria o real impacto da estrela mexicana caso retornasse à música?

Qual seria o real impacto do retorno da Anahí à música pop?
(Foto: Divulgação)

A integrante do extinto RBD pausou a carreira para se dedicar integralmente ao casamento e à maternidade. Seu último álbum, “Inesperado”, data de 2016 e teve sua divulgação pouco desenvolvida, sem nenhum show, por exemplo. Antes disso, ela já estava sumida e não laçava nada desde 2013. De lá para cá, o mercado de música latina mudou muito.

Para José Andrés Castro, produtor da rádio EXA FM no México, Anahí ocuparia o lugar de ídolo pop e urbano: “rainha da comunidade LGBT”. “Ela tem um fandom impressionante. Anahí, além de solista, poderia voltar ao mundo das colaborações, como fez com ‘Rumba’. Acredito que ela está colocando sua carreira em pausa para cuidar da imagem do marido, que é político”, salienta.

“Ela é uma artista consolidada que pode voltar quando quiser à música e à TV”, completa

Veja o clipe de “Rumba”, com Wisin:

O produtor e editor mexicano Sergio Antonio Ruiz Rosales, da Tele Urban, concorda. “Com o gênero urbano, ela teria um grande impacto e grandes músicas, junto de artistas como Natti Natasha, J Balvin e Maluma”, diz.

“Ela possivelmente pode regressar à música e, se acontecer, será com um grande sucesso, uma grande música. Um dueto seria genial para que ela voltasse”, opina.

Patricia Real, programadora da rádio Ya! FM Veracruz y Villahermosa Tabasco, acredita que Anahí ocuparia os primeiros lugares nas paradas caso não tivesse parado de cantar. “Ela tocaria nas rádios, obviamente se adaptando às novas correntes musicais. Ela tem tudo para voltar”, afirma em entrevista ao POPline.

Hiato pode ajudar a impulsionar seu retorno

O sumiço de Anahí por tantos anos é visto até como algo benéfico para seu eventual retorno. Juan Pablo, da rádio mexicana Atómico FM, acredita que as redes sociais ajudaram a manter a cantora no imaginário popular durante todo esse tempo. Em sua opinião, não faltariam gravadoras interessadas em trabalhar com Anahí atualmente. Para ele, o grande obstáculo é o casamento com o político Manuel Velazco.

“É possível que ela tocasse nas rádios, mas sua relação com a política no México, por causa do marido, é um fator determinante”, ressalta.

Sofia Sampaio, jornalista do site Latina Brasil, vê com otimismo um possível retorno da mexicana. “Com os consumidores de música latina e eternos fãs de RBD, tudo que Anahí faz vira rapidamente um dos assuntos mais comentados. Recentemente ela postou um vídeo fazendo um prato típico mexicano que não demorou quase nada pra viralizar. Ela continua sendo um nome forte apesar de não estar trabalhando com música”, pontua.

Impacto no Brasil é dado como certo

No Brasil, a força de Anahí é muito maior, muito impulsionada pelo fenômeno que foi o RBD no país, lotando estádios como o Maracanã. “O fenômeno RBD é daquelas coisas que, por mais que busquemos explicações teóricas, nunca vai ter embasamento antropológico, científico. É dessas coisas sem explicação. A alcunha de ex-RBD nunca soou como algo negativo”, diz Priscila Bertozzi, editora do site LatinPop Brasil.

Qual seria o real impacto do retorno da Anahí à música pop?
(Foto: Divulgação / SBT)

Na opinião de Priscila, Anahí é a ex-RBD “com mais cara de popstar” e com capacidade para vender álbuns e ingressos para shows. “Acho que ela teria uma carreira exitosa em vendas, sim. Por toda a comoção que o retorno geraria, pelo talento, pelo engajamento dos fãs e por sua capacidade de se adaptar ao mercado e às tendências”, explica.

Sofia Sampaio, do Latina Brasil, concorda com as colocações e vê potencial para sucesso também em outros países. “Não sei se limitaria apenas ao Brasil… Seria um impacto bem maior por aqui, mas acredito que ela tem uma boa base de fãs no México também”, lembra a redatora. Apesar disso, Sofia acredita que Anahí também enfrentaria dificuldades para se manter relevante, porque o mercado hoje é mais disputado.

“Anahí sempre foi um nome forte no cenário latino e mesmo trabalhando em ritmos mais comerciais, ela chegou a explorar diferentes ‘sons’ nos últimos trabalhos. Se ela tivesse continuado trabalhando com música, teria destaque por ter o nome relevante no cenário, mas em termos de charts latinos, por exemplo, estaria ‘lutando’ para entrar no ranking e disputando com nomes como J Balvin, Bad Bunny e Ozuna, que dominam as paradas com o reggaetón/trap”, pontua.

Algo a favor de Anahí é mesmo a fidelidade dos fãs. Priscila Bertozzi acredita que Anahí passou a entender que o publico precisa mais de sua atenção nas redes e tem conseguido entregar isso. O problema é mesmo seu casamento com um político – que afasta parte do público.

“Os fãs dela são os mais engajados, mas é claro que há aquele desânimo quando ela fica muito tempo sem aparecer, sem interagir. E tem muito seguidor que não aprova a relação dela com um político de imagem bastante duvidosa, cheio de acusações de corrupção, e com a clara intenção de concorrer à presidência do México. Acho que muita gente entende que as pretensões políticas dele atrapalham a carreira dela e já ‘jogaram a toalha'”.