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IFPI: Receita mundial de música gravada atinge R$ 142,45 bi em 2024

Segundo a Pro-Musica, o Brasil ocupa o 9º lugar no top de mercados globais. Foto: IFPI / Divulgação

Na manhã desta quinta-feira, 21, a Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI) apresentou seu relatório anual com os resultados sobre a indústria de músicas gravadas nos últimos doze meses. Os dados foram lançados junto a um painel formado por representantes de empresas de alcance global no mercado musical. A Pro-Música, entidade que representa as principais gravadoras e produtoras fonográficas do Brasil, divulga também seus dados sobre o desempenho do setor no último ano. Segundo os relatórios, com o faturamento de R$ 2,9 bilhões em royalties, o Brasil mantém sua posição no 9º lugar no ranking do IFPI.

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Segundo a IFPI, receitas de música gravada na América Latina aumentaram acentuadamente em 2023 em 19,4%. Foto: IFPI / Divulgação.

Visão do mercado em 2024

No evento de lançamento do relatório anual da IFPI, estiveram presentes Leila Oliveira, Ceo da Warner Music Brasil, Dennis Kooker, presidente da Sony Music, Marie-Anne Robert, diretora de gerenciamento da Sony Music França, Adam Granite, vice-presidente executivo do Universal Music Group, Vanessa Bosaen, VP do Warner Music Group e Konrad von Löhneysen, diretor da Embassy of Music. Os palestrantes debateram sobre seus mercados, processos, relação com artistas e visão de futuro. Também falaram sobre IA no uso de criação musical.

> Acesse aqui o relatório da IFPI!

Leila Oliveira, presidente da Warner Music Brasil, representou a América Latina no painel do relatório 2024 da IFPI. A CEO da major no país comentou sobre o crescimento do mercado latino nos últimos vinte anos, e compartilhou a visão de futuro.

Leila Oliveira, presidente da Warner Music Brasil. Foto: Divulgação

“Nos últimos vinte anos nossa presença latina alcançou dez mercados, com o Brasil e México no topo da lista global. Vejo também que em termos de música, o gênero Urbano alcança cada vez mais todas as regiões da América Latina. Por exemplo, no Brasil, a música sertaneja tradicional evoluiu para um gênero mais popular no país. A música Urbana tem permitido a expansão para gerações mais novas”, afirma Oliveira, executiva da WM Brasil.

Oliveira também trouxe uma breve avaliação sobre os próximos meses para a indústria latina, através do trabalho cotidiano.

“Poderemos ver o crescimento do mercado no México acontecer, com alcance no mercado de língua espanhola e outros mercados, com fusão de culturas e regiões. Estamos todos tendendo a ajudar os artistas, por meio de estatísticas, em suas jornadas”, diz Leila Oliveira, CEO da WM Brasil.

Nesse contexto, o relatório da Pro-Música aponta que, no Brasil, o faturamento alcançou R$ 2,5 bilhões apenas em vendas digitais e físicas, um aumento de 14,5% em relação a 2022. As receitas oriundas de execução pública para artistas, músicos e produtores fonográficos cresceram 4%, somando R$ 336 milhões, enquanto as de sincronização tiveram um salto de 87%, alcançando R$ 14 milhões. Ao todo, o setor atingiu R$ 2,9 bilhões em 2023, mais que triplicando seu faturamento nos últimos seis anos.

Quanto ao mercado independente, Konrad von Löhneysen, diretor da Embassy of Music, trouxe como a label independente tem investido na construção de pontes entre artistas e fãs.

Konrad von Löhneysen, diretor da Embassy of Music. Foto: Creative Base / Divulgação

“Na história, entrar numa gravadora significa acessar a mídia, mas este acesso já não é mais exclusivo. Nosso papel agora é de gatekeeper. Os artistas têm seus próprios canais de mídia, mas ficam sobrecarregados com isso. Há uma necessidade de se falar com a mídia contínua. Para gerenciar as redes neste nível, por exemplo, temos 5 pessoas em nosso departamento de redes, que constroem uma galeria para o artista”. Diz Konrad von Löhneysen, diretor da Embassy of Music.

 

Mercado musical em números

No décimo quarto ano consecutivo de crescimento das receitas, as receitas de música gravada na América Latina aumentaram acentuadamente em 2023 em 19,4%, ultrapassando a taxa de crescimento global, com receitas positivas no Brasil de 13,4% e no México de 18,2%.

Paulo Rosa, Presidente Pro-Música Brasil. Foto: Divulgação

“Os números de 2023 do mercado fonográfico brasileiro continuam a apresentar crescimento acima da média mundial divulgada pelo IFPI em Londres. O Brasil cresce 13,4% comparado a 10,2% de incremento do mercado mundial. É assim há pelo menos sete anos consecutivos, refletindo principalmente a consolidação do streaming como modelo de distribuição musical dominante, tanto em nosso País como em todos os mercados  de música do planeta.”, explica Paulo Rosa, Presidente da Pro-Música Brasil.

O relatório internacional do IFPI Global Music Report aponta que a indústria global de música gravada cresceu 10,2% em 2023, também impulsionada pelo streaming. Os números divulgados pelo IFPI mostram que as receitas totais no mundo em 2023 foram de R$ 142,45 bilhões. O faturamento do streaming de áudio por assinatura aumentou 11,2%, alcançando 48,9% do total do mercado, através de 667 milhões de usuários de contas de assinatura pagas, ao final de 2023.

Os desafios também moram na inovação. “Apesar dos bons resultados até o momento, o setor se preocupa com o uso de ferramentas robotizadas para criação de streams falsos, tipo de ‘impulsionamento’ que constitui prática ilegal e fraudulenta, e os impactos negativos que o uso da Inteligência Artificial Generativa podem vir a causar no ecossistema do mercado de música gravada”, afirma Rosa.

O relatório da Pro-Música também destaca o crescimento do mercado físico, que, apesar de representar apenas 0,6% do total das receitas, alcançou R$ 16 milhões, o maior patamar desde 2018, com um crescimento de 35,2% em relação a 2022. Os discos de vinil foram o grande destaque, com vendas de R$ 11 milhões, aumento de 136,2% e se tornando o formato físico mais vendido, ultrapassando os CDs.

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