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IA Generativa: Goldman Sachs aponta oportunidades para o streaming e amadurecimento de leis

Banco analisa principais gargalos no mercado e aponta que o uso de IA no streaming está longe da saturação
Inteligência Artificial. Foto: Divulgação

Segundo a projeção do banco de investimentos Goldman Sachs, 2024 deve ser um ano de resultados orçamentários do uso de inteligência artificial na indústria fonográfica. De acordo com o relatório “Music in the Air”, publicado na última sexta-feira (3), o mercado mundial tem espaço para inovações para o streaming e será acompanhado pela revisão e criação de leis sobre IA generativa.

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Foto: Unsplash

Para a pesquisa do Goldman Sachs, apesar das inúmeras parcerias entre empresas musicais para o uso de inteligência artificial generativa, o mercado musical não passa por uma saturação. Na avaliação da instituição financeira, 2024 promete popularizar o uso das ferramentas por IA. Contudo, o banco prevê que a tendência não deve se traduzir diretamente em obras musicais editadas e nas plataformas de streaming.

Goldman Sachs. Foto: Divulgação

“No geral, acreditamos que a grande maioria do conteúdo gerado por IA provavelmente será não-profissional/de baixa qualidade e não será carregado em plataformas de streaming devido à falta de licenças e devido aos esforços crescentes da DSP para enfrentar a cauda longa”, declara o Music in the Air 2024.

Ao mesmo tempo, o Music in the Air aponta que a atualização de processos da indústria via IA generativa deve alcançar tanto a criação musical, quanto as ações de marketing. Além disso, o Goldman Sachs aponta que grandes empresas do setor musical poderão não apenas gerar receita, mas também têm a infraestrutura para proteger os artistas.

“Em vez disso, vemos um maior valor para a indústria em mais artistas profissionais que utilizam a tecnologia como parte do seu processo de criação e produção musical, bem como para fins de marketing para aumentar o público dos artistas. Entretanto, continuamos a acreditar que as grandes empresas musicais estão numa posição relativamente melhor para proteger os seus artistas e a propriedade intelectual, dados os seus recursos financeiros e alavancagem com os DSPs, bem como para capitalizar as primeiras potenciais oportunidades de licenciamento comercial”, aponta o Music in the Air 2024.

Streaming

O relatório musical do Goldman Sachs informa ainda que o grande entrave do uso da IA generativa na indústria está no cenário de treinamento de bases de dados com uso de músicas gravadas, sem licenciamento.

O relatório aponta, por exemplo, que o Universal Music Group indicou que o número de músicas geradas por IA, disponibilizadas em plataformas de streaming, usando seus direitos aumentou 175% desde agosto de 2023. Além disso, no caso do UMG, cerca de 47% dos avisos de remoção emitidos até agora estavam relacionados ao vocal e instrumental, enquanto a outra metade foi uma violação de direitos autorais, marca registrada ou reivindicação de direito de publicidade.

O levantamento do Goldman Sachs também evidenciou casos de violação de propriedade intelectual em andamento, na Europa e na América do Norte. Entre eles, o estudo destaca a ação judicial com UMGP, Concord Music e ABKCO contra a Anthropic e seu chatbot Claude. A denúncia alega violação de direitos autorais em letras de pelo menos 500 músicas, e buscando R$ 760,6 mil por obra violada.

Outro caso em curso é o processo do The New Process, do jornal The New York Times, contra a OpenAI e sua parceira Microsoft. As empresas de tecnologia são denunciadas por infringirem direitos autorais ao usar os artigos jornalísticos para treinar um modelo de IA arquivado em dezembro de 2023. A OpenAI apresentou uma moção para rejeitar quatro das reivindicações em fevereiro de 2024.

O terceiro caso citado é o processo entre o Getty Images e o gerador de arte de IA Stable Diffusion por violação de direitos autorais. Agora, as partes devem se encontrar num julgamento no Reino Unido. A denúncia começou a ser movida no tribunal federal de Delaware, EUA, em fevereiro de 2023.

“Vimos um alinhamento em toda a indústria na limitação de deepfakes de IA, especialmente por parte dos principais participantes da indústria, enquanto a enxurrada de novos conteúdos gerados por IA em plataformas de streaming ainda não se materializou de forma significativa, nem teve impacto no pool de receitas da gravadora até agora, apoiado pelas mudanças que começam a ser feitas nos modelos de royalties de streaming”, completa o Goldman Sachs.

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