Quando Holland estreou em 2018, com o clipe “Neverland”, no qual beija outro homem, ele causou um impacto no mercado de K-Pop. “Ninguém mais queria ser abertamente gay, então eu me assumi”, diz. Ele se tornou o primeiro cantor de K-Pop a iniciar a carreira já assumidamente homossexual. O assunto é um tabu na Coreia do Sul.
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“Não é comum na sociedade coreana aceitar abertamente indivíduos LGBTQ+ ou a comunidade, então espero que haja mais oportunidades para falar abertamente sobre homossexualidade no futuro. Eu acredito que minha música está desempenhando um papel ao ampliar essa conversa”, diz em entrevista à revista Vogue britânica. O clipe de “Neverland” foi visto 12 milhões de vezes. “Eu não consigo acreditar que as pessoas me assistiram beijar alguém 12 milhões de vezes! Não é todo mundo que pode dizer que um beijo foi assistido 12 milhões de vezes!”, diz o artista.
A representatividade que ele impôs ao mercado é importante para os jovens. Holland recebe muitas mensagens de adolescentes, que se identificaram com ele por conta da coragem de se assumir em um país conservador. “Quando eu era mais novo, não havia um cantor coreano que fosse abertamente ou que revelasse seu status LGBTQI+. Durante meus anos escolares, então, quando passei por um período difícil, fui muito influenciado por artistas pop LGBTQI+ ocidentais. Eu sabia que precisávamos de uma figura similar na Coreia. Eu também queria compartilhar minha história fazendo música significativa para que as pessoas ouvissem”, conta.
Ele ainda é um artista isolado no K-Pop, verdade seja dita. “Há pessoas que me apoiam no K-Pop, no entanto, por não ter a chance de conhecer ou interagir com frequência com outros artistas de K-Pop, não tenho muita certeza de como eles me veem. Mas ainda existem muitos artistas que me respeitam e amam minha música e o que estou fazendo”, afirma.