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Há 35 anos, Madonna estreava a “Virgin Tour”, primeira turnê de sua carreira


No dia 10 de abril de 1985, Madonna subia ao palco do Paramount Theatre, em Seattle, para estrear a “Virgin Tour”. Embora restrita a cidades dos Estados Unidos e Canadá, a primeira turnê da rainha do pop esgotou todos os ingressos por onde passou e a repercussão da “Madonnamania” a transformou em uma pop star mundial.

Foto: Reprodução de internet

A turnê é um retrato fiel dos anos 1980. A cenografia era essencial e minimalista. Bem diferente do que viria nos anos seguintes, com orçamentos nababescos e tecnologia de última geração. O setlist, baseado nos dois primeiros (e multi-platinados) discos – Madonna (1983) e Like a Virgin (1984) – era acompanhado por milhares de meninas que imitavam o olhar provocante, tingiam os cabelos da mesma cor, usavam seus sutiãs por cima dos vestidos de renda, meias rasgadas e muitos crucifixos no pescoço. Esperta desde sempre, lançou a Boy Toy, sua primeira linha de roupas.

Em uma entrevista à Rolling Stone em 2009, Madonna falou sobre as “wannabes” e todo o sentimento daquela época. “Toda essa turnê foi louca, porque eu fui de clubes pequenos como o CBGB e Mudd Club até grandes arenas esportivas. Eu toquei em um pequeno teatro em Seattle, e as meninas tinham saias, tops e as meias-calças cortadas abaixo dos joelhos e luvas de renda, rosários e laços nos cabelos e grandes brincos de argola. ‘Isso é loucura!’, eu pensava. Depois de Seattle, todos os shows foram transferidos para arenas”.

A ideia daquela turnê era um espetáculo onde as pessoas pudessem se divertir tanto quanto ela gostaria de se apresentar. A premissa era não colocá-la apenas na frente do microfone e com uma banda atrás. Por isso a escolha de dançarinos/vocalistas para que a acompanhassem. Para ela, os movimentos provocadores que fazia no palco funcionariam melhor com homens ao seu lado.

Confira um trecho de “Dress You Up” e entrevista com fãs nesta rara reportagem do primeiro show na TV norte-americana:

É claro que a imagem sexualmente provocativa de Madonna incomodou os conservadores desde o início. A turnê enfrentou problemas com fanáticos religiosos que a acusavam de “imoral”. Em contrapartida, a polêmica aumentava na mesma proporção que o sucesso. Heidi Sherman, da revista Spin, comentou: “A ‘Virgin Tour’ foi a primeira de Madonna, mas a colocou na mesma liga que Prince e Bruce Springsteen. Isso provou que Madonna estava além do real. E se sua presença no palco indicava que ela era mais dançarina do que musicista, pelo menos ela sabia como agitar sua atuação para a era pós-feminista da MTV. Boy Toy? Não exatamente. Ela era uma estrela pop genuína no processo de se tornar um ícone cultural”, profetizou.

Embora nostálgico, rever as primeiras apresentações de clássicos como “Holiday”, “Into the Groove”, “Lucky Star”, “Like a Virgin” e “Material Girl” nos dá a dimensão do quanto Madonna cresceu em suas performances de palco ao longo dos anos. Se hoje Beyoncé, Lady Gaga ou Katy Perry promovem grandes espetáculos audiovisuais, ela foi a responsável por redefinir o conceito de show pop quando caiu na estrada com a turnê “Blond Ambition” há exatos 30 anos.

Delicie-se com o registro oficial da “Virgin Tour”. Gravado em Detroit, cidade natal de Madonna, o VHS lançado à época excluiu três músicas do roteiro original (“Borderline”, “Angel” e “Burning Up”). Não deixa de ser uma boa oportunidade de conferir como nascem as lendas: